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MOTOR
FÁBIO SEIXAS
fabioseixas.folha@uol.com.br
@fabio_seixas
Dois passos do paraíso
POR 18 VOLTAS, Webber
segurou a liderança do
Mundial. Cruzando a linha
de chegada em segundo,
atrás de Vettel, deixaria
Yeongam com sete pontos
sobre o vice, o companheiro.
Nada estaria garantido,
mas seria mais um passo
para o título, desta vez faltando dois para o fim do caminho. Seria a consagração
de um piloto desacreditado,
de 34 anos, já com nove temporadas nas costas. Seria
agarrar a melhor chance de
sua carreira, de sua vida.
Não foi desta vez.
Por 26 voltas, Vettel esteve no céu. Com Webber fora,
viu a sonhada ponta do
Mundial cair no seu colo. Se
o cenário se mantivesse por
mais 11 voltas, sairia da Coreia do Sul com sete pontos
sobre Alonso e 11 sobre o
único sujeito do grid com um
carro tão bom quanto o seu.
Não seria exagero chamá-lo de virtual campeão
da F-1. Seria a confirmação
dos presságios feitos desde
sua estreia. Seria o carimbo
final no seu brilho precoce,
aos 23, depois de apenas
quatro temporadas. O primeiro título de uma série.
Não foi desta vez.
A glória escorrendo pelos
dedos, a decepção proporcional à expectativa criada,
o baque da derrota. Mas
reações bem diferentes.
Webber saiu do carro cabisbaixo, inconsolável -até
porque não havia ninguém
para consolá-lo. Vettel foi
amparado por Marko, braço
direito do dono da equipe.
Mas talvez não precisasse.
Porque estava triste, claro,
mas sorria. Um sorriso de
"não deu, fica pra próxima".
E a próxima talvez não seja 2011. Ele pensa em Interlagos. "Sou o último homem
do mundo a desistir. Vimos
como as coisas mudam rápido. A luta pelo título não termina até a bandeirada de
Abu Dhabi", disse. O Homem Legenda, do genial
Adão, soltaria: "Não adianta dar ordem pelo rádio".
Louvável, digno, bonito.
Alonso agradece.
F-1
NÃO ACABOU
Massa tocou na ferida. A Ferrari evoluiu, tem um ótimo
carro para corrida, mas precisa mesmo é melhorar a velocidade nos treinos classificatórios. Largar atrás dos
Red Bull é torcer para que algo dê errado lá na frente. Na
Coreia do Sul, deu certo. Mas
não acontece sempre: demorou 17 corridas para que a
Red Bull deixasse um circuito sem pontuar. Em circunstâncias normais, o campeonato vira novamente até a
bandeirada de Abu Dhabi.
F-1
ACABOU
"Alonso só perde o título por
um desastre". A frase é de
Briatore, um dos homens que
melhor conhece o potencial
do espanhol. Ele considera
que o único capaz de atrapalhá-lo é Webber, mas não
aposta no australiano -de
quem também foi empresário
por longo tempo, diga-se.
Das últimas quatro corridas,
Alonso venceu três. Não seria
um milagre, portanto, nova
vitória do espanhol em Interlagos. E aí, para a turma do
energético, só no binóculo.
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