São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2010

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MOTOR

FÁBIO SEIXAS

fabioseixas.folha@uol.com.br

@fabio_seixas

Dois passos do paraíso

POR 18 VOLTAS, Webber segurou a liderança do Mundial. Cruzando a linha de chegada em segundo, atrás de Vettel, deixaria Yeongam com sete pontos sobre o vice, o companheiro.
Nada estaria garantido, mas seria mais um passo para o título, desta vez faltando dois para o fim do caminho. Seria a consagração de um piloto desacreditado, de 34 anos, já com nove temporadas nas costas. Seria agarrar a melhor chance de sua carreira, de sua vida.
Não foi desta vez.
Por 26 voltas, Vettel esteve no céu. Com Webber fora, viu a sonhada ponta do Mundial cair no seu colo. Se o cenário se mantivesse por mais 11 voltas, sairia da Coreia do Sul com sete pontos sobre Alonso e 11 sobre o único sujeito do grid com um carro tão bom quanto o seu.
Não seria exagero chamá-lo de virtual campeão da F-1. Seria a confirmação dos presságios feitos desde sua estreia. Seria o carimbo final no seu brilho precoce, aos 23, depois de apenas quatro temporadas. O primeiro título de uma série.
Não foi desta vez.
A glória escorrendo pelos dedos, a decepção proporcional à expectativa criada, o baque da derrota. Mas reações bem diferentes.
Webber saiu do carro cabisbaixo, inconsolável -até porque não havia ninguém para consolá-lo. Vettel foi amparado por Marko, braço direito do dono da equipe. Mas talvez não precisasse. Porque estava triste, claro, mas sorria. Um sorriso de "não deu, fica pra próxima".
E a próxima talvez não seja 2011. Ele pensa em Interlagos. "Sou o último homem do mundo a desistir. Vimos como as coisas mudam rápido. A luta pelo título não termina até a bandeirada de Abu Dhabi", disse. O Homem Legenda, do genial Adão, soltaria: "Não adianta dar ordem pelo rádio".
Louvável, digno, bonito.
Alonso agradece.

F-1
NÃO ACABOU
Massa tocou na ferida. A Ferrari evoluiu, tem um ótimo carro para corrida, mas precisa mesmo é melhorar a velocidade nos treinos classificatórios. Largar atrás dos Red Bull é torcer para que algo dê errado lá na frente. Na Coreia do Sul, deu certo. Mas não acontece sempre: demorou 17 corridas para que a Red Bull deixasse um circuito sem pontuar. Em circunstâncias normais, o campeonato vira novamente até a bandeirada de Abu Dhabi.

F-1
ACABOU
"Alonso só perde o título por um desastre". A frase é de Briatore, um dos homens que melhor conhece o potencial do espanhol. Ele considera que o único capaz de atrapalhá-lo é Webber, mas não aposta no australiano -de quem também foi empresário por longo tempo, diga-se. Das últimas quatro corridas, Alonso venceu três. Não seria um milagre, portanto, nova vitória do espanhol em Interlagos. E aí, para a turma do energético, só no binóculo.


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