São Paulo, sábado, 29 de outubro de 2011

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MEIO CHEIO

Agora na frente da Argentina na história dos Pans, Brasil já ganhou no México 86,5% dos ouros que teve em 2007, no Rio

Fotos Daniel Marenco/Folhapress
Leandro Cunha festeja seu ouro no judô, esporte em que o Brasil brilha no pan

PAULO COBOS
EDITOR-ASSISTENTE DE ESPORTE

O mais comum é um país se banhar de ouro no evento esportivo que organiza para voltar ao patamar antigo, muitas vezes medíocre, na edição seguinte. Não é o caso do Brasil no Pan-Americano de Guadalajara.
Restando somente dois dias para o encerramento dos Jogos mexicanos, a delegação brasileira tinha ontem, até o fechamento desta edição, 45 medalhas de ouro, ou o equivalente a 86,5% das conquistas desse tipo de metal (52) acumuladas no Pan do Rio, quatro anos atrás.
Assim, com as medalhas de ouro obtidas ontem, o Brasil atingiu um patamar superior a 80% das vitórias de 2007. Na história do Pan, somente três vezes um país-sede ultrapassou essa barreira na edição seguinte dos Jogos.
Em duas delas, o feito foi de países de estrutura e recursos muito superiores ao resto do continente (EUA e Canadá), com os quais o fator casa não pesa tanto, e a outra, com números inexpressivos -Porto Rico ganhou dois ouros tanto em 1979, quando foi anfitrião, como em Caracas-1983.
Nas outras 11 edições dos Jogos, os países organizadores, em média, ganharam no Pan seguinte o equivalente a 52% dos ouros conquistados em casa, quando tiveram torcida e ambiente a favor.
A Venezuela, por exemplo, ganhou 12 ouros em Caracas-1983. Nos EUA, em Indianápolis-1987, foi ao topo do pódio apenas três vezes.
A favor do Brasil pesa ainda o fato de a equipe do país ser uma das que menos contaram com os esportes não olímpicos para ir ao pódio.
Das medalhas de ouro que o Brasil ganhou em Guadalajara até ontem, só duas, na patinação artística e no caratê, foram conquistadas em modalidades que não estarão no programa da Olimpíada de Londres, no próximo ano.
Tudo bem diferente do México, que turbina seu desempenho no quadro de premiações com esportes que são estranhos para a Olimpíada.
Com nove medalhas de ouro a menos do que o Brasil, os anfitriões do Pan-Americano deste ano ganharam nada menos do que 14 de se-us 36 ouros em modalidades não olímpicas: pelota basca, raquetebol e squash.
A delegação nacional ainda deve terminar o Pan mexicano com o gostinho de ultrapassar a rival Argentina no quadro histórico de pódios.
Os vizinhos começaram os Jogos realizados em Guadalajara com 19 ouros a mais.
E, mesmo turbinados pelo dinheiro de um imposto nas contas de celulares, tinham no Pan mexicano, até a noite de ontem, 26 medalhas do mais precioso metal a menos do que os brasileiros, que, assim, ficavam sete ouros à frente na contagem histórica.
O Comitê Olímpico Brasileiro vai fazer amanhã, em entrevista coletiva no México, um balanço oficial da participação do país no evento.


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