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máquina do tempo
Sem futuro, Palmeiras busca passado
Diretoria do clube não tem planos para temporada 2007 e viaja ao Rio para fazer lobby e tentar legitimar título de 1951
Após vexames neste ano, indefinição sobre comando
do futebol, política interna
e crise financeira deixam
o planejamento atrasado
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao completar a sétima temporada sem título relevante, o
Palmeiras não olha para frente
na programação da próxima
temporada. Tenta uma conquista no passado, no tapetão.
Livre do rebaixamento no
domingo, apesar de goleada sofrida para o Internacional, o
clube ainda não negociou contratações e renovações com
atletas. Nem sequer sabe quem
comandará o futebol em 2007.
"Ainda não teve conversa",
disse o técnico Jair Picerni, que
prevê reunião após o Brasileiro.
Enquanto isso, o presidente
palmeirense, Affonso della Monica, usou seu tempo para viajar para o Rio de Janeiro para
encontrar o presidente da CBF,
Ricardo Teixeira.
Motivo: fazer lobby para que
a Copa Rio, de 1951, seja reconhecida como Mundial de Clubes pela Fifa. É um pedido antigo do clube alviverde que prende as atenções dos cartolas.
A confederação vai dar um
parecer à Fifa, que decidirá sobre a legitimidade do torneio.
Juntamente com Della Monica foram ao Rio o vice-presidente de futebol, José Cyrillo
Júnior, e o diretor administrativo, Roberto Frizzo.
Só ficou em São Paulo o diretor de futebol, Salvador Hugo
Palaia. O dirigente, no entanto,
tem a cabeça pedida por diversos conselheiros influentes. O
gerente de futebol, Ilton José
da Costa, é outro ameaçado.
No domingo, Della Monica
sinalizou com a queda de ambos. Aliados, no entanto, contam que ele não confirmou nenhuma decisão até ontem.
A interlocutores, Palaia afirmou que permanece ao menos
até janeiro, quando haverá eleição. Porém sua permanência
depende ainda de uma articulação com o grupo de conselheiros de Luiz Gonzaga Belluzo e
Seraphim Del Grande.
Eles devem ter participação
no futebol, em troca de apoio
político no Conselho Deliberativo e em eleições. A esse grupo,
o presidente prometeu rapidez.
"Tem que ser nesta semana.
Não adianta fazer alguma coisa
depois da eleição, em janeiro",
declarou Del Grande.
Mesmo que o acordo seja agilizado, haverá uma disputa no
Conselho Deliberativo em torno do futebol. O ex-presidente
Mustafá Contursi tenta repassá-lo aos conselheiros.
Assim, há somente uma certeza entre os membros da diretoria: as dívidas impedirão contratações de peso.
Com 40% da receita de 2007
comprometida por conta de
empréstimos, dirigentes palmeirenses falam em dispensas.
Juninho não deve ter o contrato renovado. A intenção é
negociar Marcinho Guerreiro e
Marcinho para gerar renda. O
goleiro Sérgio é outro que sairá.
De reforços, só atletas que
voltarão automaticamente, como Washington e Osmar.
Comparado ao planejamento
para 2006, que quase o levou à
Série B, o Palmeiras está mais
atrasado agora. Na mesma época de 2005, estavam definidos o
diretor de futebol (Palaia), o
técnico (Emerson Leão) e uma
contratação (Paulo Baier).
Mas a diretoria palmeirense
não olha o passado recente. Sua
prioridade ontem era um campeonato de 55 anos atrás.
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