São Paulo, quinta-feira, 29 de novembro de 2007

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Corinthians expõe limitações na hora crucial em casa

Com muitos erros em passes e em cruzamentos, time de Nelsinho perde no Pacaembu e escancara fraqueza técnica

Rubens Cavallari/Folha Imagem
Jogadores do Corinthians se reúnem na boca do túnel que dá acesso ao gramado do Pacaembu


Corinthians 0
Vasco 1

DA REPORTAGEM LOCAL

Se alguém não tinha até ontem uma explicação em campo para o fato de o Corinthians estar lutando até agora contra o rebaixamento no Brasileiro, encontrou desde o primeiro minuto de jogo contra o Vasco.
O duelo no Pacaembu foi um festival de erros, de falta de qualidade técnica, em especial do dono da casa, que nem apoiado pela torcida conseguiu produzir futebol razoável.
Só no primeiro tempo o Corinthians errou 38 passes, perdeu 17 bolas e deu direção errada para 10 dos 17 cruzamentos que tentou, segundo o Datafolha (no jogo todo, foram 70 passes errados, 36 bolas perdidas e 19 cruzamentos errados em 31).
Nervosa, a equipe abusou de chutões, o que fica claro no número de desarmes incompletos: 46 durante a partida.
O Vasco, que apenas especulava em campo, também não contribuiu para um bom jogo -errou 67 passes na partida e perdeu 41 bolas, por exemplo.
""Não estamos conseguindo acertar três, quatro passes. Não podemos recuperar a bola e sair correndo com todo mundo para o gol adversário", reclamou no intervalo o técnico do Corinthians, Nelsinho Baptista.
""O Corinthians pressionou mais, mas criamos as melhores chances de gol", falou, também no intervalo, Valdyr Espinosa, o treinador da equipe visitante.
No primeiro tempo, as poucas chances de gol do Corinthians foram mais de longe. Fábio Ferreira cabeceou meio sem jeito aos 29min, e Carlos Alberto chutou de fora da área três minutos depois. Cássio, goleiro rival, espalmou as duas bolas quase no meio do gol.
O Vasco chegou mais forte. Aos 18min, Morais bateu cruzado, Felipe deixou a bola escapar, e Fábio Braz tirou quase na linha. Aos 45min, Felipe salvou com as mãos em chute de Leandro Amaral e, depois, com os pés em chute de Thiaguinho.
No segundo tempo, o Corinthians voltou em ritmo acelerado, mostrando que disposição e raça não faltam para a equipe. A carência técnica, porém, impedia o time de abrir o placar. Arce recebeu na cara do gol em falha de marcação da defesa vascaína e mandou por cima, longe do gol, para desespero dos torcedores nas arquibancadas.
A ausência de Finazzi, suspenso, era um problema para o ataque corintiano. De fora da área, Éverton Ribeiro chutou até com estilo, mas para fora.
A cada jogada de ataque desperdiçada pelo Corinthians, o goleiro Felipe mostrava nervosismo, pulando, se benzendo e colocando a camisa na cabeça.
O empate que o Goiás conseguia no Mineirão diante do Atlético-MG também não ajudava a equipe a se acalmar.
Éverton Ribeiro recebeu outra bola livre no miolo da área. Finalizou fraco, rasteiro, totalmente torto, para fora. Na defesa, Zelão nem fazia tanta falta, já que o Vasco pouco ameaçava, mas no meio Moradei, outro suspenso, faria melhorar.
As coisas ficaram piores quando o Vasco abriu o placar em um lance meio acidental. Guilherme cruzou, Alan Kardec foi para a jogada de cabeça, a bola desviou em Fábio Ferreira e venceu Felipe aos 19min.
O Corinthians só não foi para a zona do descenso porque o Goiás já perdia em Minas. O Vasco ainda quase ampliou com Leandro Amaral, que, livre, chutou em cima de Felipe. E em lance que só foi parado porque um gandula jogou uma segunda bola em campo.
O suspiro corintiano parou na trave. Wilson virou e chutou no poste. Depois, Fábio Braz perdeu a última chance. Agora, o último jogo é contra o Grêmio, domingo, no Olímpico.


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