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Rebeca Gusmão cogita voltar a treinar nos EUA
Nadadora fala em sair do país para fugir de assédio
ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
Convicta de que será inocentada das três acusações de doping a que responde, Rebeca
Gusmão diz que tem planos de
voltar a treinar nos EUA.
Por ora, Rebeca, dona de quatro medalhas no Pan do Rio, está afastada da água. Tem feito
apenas musculação. E pode
centrar preparação longe de
Brasília, cidade em que mora.
"Não sei quando retorno aos
treinos na piscina. De repente
no Brasil ou lá fora", conta a nadadora, que espera retribuir o
apoio do marido, o cantor de
ópera Gutemberg Amaral.
"Ele dedicou esse último
tempo para mim. Tenho que
me dedicar um pouco a ele. Ele
morava nos EUA, onde tinha
carreira. Talvez vá para lá para
treinar", completa Rebeca, que
já treinou nos EUA em 2005.
O próximo passo da defesa da
nadadora será a análise da contraprova da urina coletada no
dia 13 de julho. A amostra A indicou alteração na taxa do hormônio testosterona e apontou
que a substância teria origem
exógena (fora ingerida).
Dias depois, terá audiência
na CAS (Corte de Arbitragem
do Esporte), que decidirá sobre
exame ocorrido em maio de
2006. A defesa da nadadora
aponta que houve irregularidades do laboratório de Montréal.
"Há divergências analíticas.
A amostra A deu um resultado,
e a B deu outro", conta André
Ribeiro, advogado da atleta.
Segundo Ribeiro, o veredicto
sobre esse caso deve sair em até
30 dias após a audiência.
Caminho mais longo terá a
pendência do antidoping ocorrida durante o Pan. Dois dos
quatro exames feitos pela nadadora nos Jogos continentais
acusaram presença de DNAs
diferentes. Para Rebeca, houve
falha no controle do dia 18.
Segundo ela, houve confusão.
"O antidoping naquele dia estava uma bagunça. Parecia que as
pessoas não sabiam o que fazer.
Estava na recepção quase gritando de dor. Queria fazer xixi,
e eles diziam que não podia. Tinha que esperar", diz Rebeca.
Sua escolta, Adriana Salazar,
não entrou na sala de coleta.
"Me disseram que ela teve um
problema e foi embora. E ela
disse que foi impedida de entrar. Falaram que isso faz parte
do procedimento. Mas já fiz
muitos exames e nunca vi isso
acontecer", ressalta Rebeca.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Repressão
aos Crimes contra a Saúde Pública, no Rio de Janeiro.
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