São Paulo, quinta-feira, 29 de novembro de 2007

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Rebeca Gusmão cogita voltar a treinar nos EUA

Nadadora fala em sair do país para fugir de assédio

ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Convicta de que será inocentada das três acusações de doping a que responde, Rebeca Gusmão diz que tem planos de voltar a treinar nos EUA.
Por ora, Rebeca, dona de quatro medalhas no Pan do Rio, está afastada da água. Tem feito apenas musculação. E pode centrar preparação longe de Brasília, cidade em que mora.
"Não sei quando retorno aos treinos na piscina. De repente no Brasil ou lá fora", conta a nadadora, que espera retribuir o apoio do marido, o cantor de ópera Gutemberg Amaral.
"Ele dedicou esse último tempo para mim. Tenho que me dedicar um pouco a ele. Ele morava nos EUA, onde tinha carreira. Talvez vá para lá para treinar", completa Rebeca, que já treinou nos EUA em 2005.
O próximo passo da defesa da nadadora será a análise da contraprova da urina coletada no dia 13 de julho. A amostra A indicou alteração na taxa do hormônio testosterona e apontou que a substância teria origem exógena (fora ingerida).
Dias depois, terá audiência na CAS (Corte de Arbitragem do Esporte), que decidirá sobre exame ocorrido em maio de 2006. A defesa da nadadora aponta que houve irregularidades do laboratório de Montréal.
"Há divergências analíticas. A amostra A deu um resultado, e a B deu outro", conta André Ribeiro, advogado da atleta.
Segundo Ribeiro, o veredicto sobre esse caso deve sair em até 30 dias após a audiência.
Caminho mais longo terá a pendência do antidoping ocorrida durante o Pan. Dois dos quatro exames feitos pela nadadora nos Jogos continentais acusaram presença de DNAs diferentes. Para Rebeca, houve falha no controle do dia 18.
Segundo ela, houve confusão. "O antidoping naquele dia estava uma bagunça. Parecia que as pessoas não sabiam o que fazer. Estava na recepção quase gritando de dor. Queria fazer xixi, e eles diziam que não podia. Tinha que esperar", diz Rebeca.
Sua escolta, Adriana Salazar, não entrou na sala de coleta. "Me disseram que ela teve um problema e foi embora. E ela disse que foi impedida de entrar. Falaram que isso faz parte do procedimento. Mas já fiz muitos exames e nunca vi isso acontecer", ressalta Rebeca.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública, no Rio de Janeiro.


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