São Paulo, segunda-feira, 29 de novembro de 2010

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JUCA KFOURI

O trio de lata


Ao também não honrar sua camisa, o Palmeiras igualou-se aos rivais da capital


O TRIO DE FERRO enferrujou.
O processo começou no ano passado quando o Corinthians, para prejudicar São Paulo e Palmeiras que lutavam pelo título brasileiro, não fez a menor questão de dificultar a vida do Flamengo, que acabou campeão.
O troco veio na antepenúltima e na penúltima rodada deste Brasileirão.
O São Paulo passou vergonha contra o Fluminense no domingo retrasado e o Palmeiras não lhe ficou atrás ontem, apesar de ter feito um gol literalmente fabuloso logo no começo da partida que levou como se fosse apenas coadjuvante do Flu.
Outra vergonha!
Vergonha que vai além de rivalidades, porque, lembremos, esses jogos fizeram parte da Loteria Esportiva, desmoralizada sim desde 1982, desimportante, mas ainda em vigor.
E o raro leitor perguntará pelas provas.
A resposta é clara: não as tenho, até porque o que os Pescarmona, Corcione, Kleber, Lenny disseram não serve nem para isso.
Mas mais do que provas, o jornalista vê, observa e, como não nasceu ontem e já perdeu a pureza faz tempo, afirma: o Corinthians foi vergonhoso no ano passado e não há o que justifique as declarações de Mano Menezes dia desses como se não tivesse nada com aquilo; o São Paulo do mesmo modo foi vexaminoso e o Palmeiras deu mais um passo em direção ao seu apequenamento, porque nem mais a camisa é capaz de honrar, porque parte de seus dirigentes desmoralizou a honestidade e outra nem está preocupada com isso.
Não foi à toa que um de seus ex-cartolas, sentindo-se traído ao ser alijado pela interinidade que se impôs no clube palmeirense, deixou recados gravados no celular do presidente convalescente desejando que este morresse no hospital pois se não seria morto ao sair.
Sim, nem Rogério Ceni no domingo retrasado nem Deola ontem jogaram como Felipe, no ano passado. Muito ao contrário. Foram dignos.
Mas não querer ver que o Palmeiras se assustou com o gol que achou e que tratou de se deixar agredir até estar perdendo e ainda não quis buscar a reação depois da virada, desculpe, mas é típico de avestruzes. Alguns, só alguns, amestrados.
Menos mal que tudo leva ao tetracampeonato de alguém que, para honrar seu compromisso, abriu mão do sonho de dirigir a seleção brasileira.
Muricy Ramalho merece o título.

blogdojuca@uol.com.br


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