São Paulo, quarta-feira, 29 de dezembro de 2004

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ATLETISMO

Marilson dos Santos, que sofre com tendinite, e Margaret Okayo, que preferiu outras provas, ficam de fora

Agenda e contusão tiram campeões da São Silvestre-2004

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A São Silvestre chega na sexta-feira à sua 80ª edição, mas dois convidados confirmaram que não participarão da festa. Marilson dos Santos, 27, e Margaret Okayo, 28, atuais campeões da prova, não correrão neste ano.
O fundista voltou a treinar no começo do mês, após ficar seis semanas parado por causa de uma tendinite no tendão-de-aquiles da perna direita. Ele sentiu a lesão pouco depois de conseguir o sexto lugar na Maratona de Chicago.
Na ocasião, o fundista obteve a melhor marca brasileira na prova em 2004: 2h08min48s. O vencedor foi o queniano Evans Rutto.
"Ele está treinando há poucos dias e está sem ritmo de prova. Além disso, O Marilson já venceu a São Silvestre. Não seria uma conquista inédita", diz Adauto Domingues, técnico do brasileiro.
Para o treinador, a participação do fundista seria um risco desnecessário. "Se fosse correr com a intensidade que uma prova como a São Silvestre exige, haveria risco de ele romper o tendão-de-aquiles, o que seria uma contusão séria", argumenta Domingues.
Em 2004, Marilson priorizou sua participação em maratonas. Ele estreou na prova em abril, na em Paris, com sexto lugar.
Apesar disso, o fundista não deverá recordar com saudades deste ano, já que não atingiu seu principal objetivo, que era a classificação para os Jogos de Atenas.
A marca obtida em Paris -2h12min22s- não foi suficiente para o colocar na equipe brasileira que viajou à Grécia.
O fundista foi superado por Vanderlei Cordeiro de Lima, que ficou com a medalha de bronze na Olimpíada, Rômulo Wagner da Silva e André Luiz Ramos.
Margaret Okayo, por sua vez, alegou um calendário sobrecarregado nos últimos meses para justificar sua ausência da mais tradicional prova de rua paulistana.
A razão principal, no entanto, foi a baixa premiação. Mesmo com o aumento dos gastos com prêmios para R$ 100 mil neste ano, o bolo da São Silvestre ainda é murcho. O vencedor da corrida irá receber R$ 21 mil (US$ 7.785).
Apesar de não vir ao Brasil, a queniana já agendou, para os primeiros meses de 2005, desembarques em aeroportos de outras cidades da América do Sul.
Em janeiro, ela disputa a corrida de San Fernando, em Punta del Este, no Uruguai. Ela também participará de competições na Argentina e no Chile até março.
Okayo obteve boas conquistas em 2004, mas também não atingiu seu maior objetivo, que era ganhar uma medalha olímpica.
Em Atenas, ela desistiu no meio da prova e assistiu à sua compatriota Catherine Ndereba ficar com a segunda colocação.
Para compensar, Okayo venceu a Maratona de Londres, em abril, e a Meia-Maratona de Lisboa, há três meses. Na Maratona de Nova York, em novembro, ficou fora do pódio, com a quarta colocação.
Os bons resultados a alçaram ao quarto posto do ranking da Iaaf (entidade que comanda o atletismo) para provas de rua. A líder é a japonesa Mizuki Noguchi, campeã da maratona na Olimpíada.


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