São Paulo, sexta-feira, 30 de janeiro de 2004

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FUTEBOL

Atletas ficam descontentes com recusa da diretoria em tentar desconto

Ingresso a R$ 20 provoca atrito entre corintianos

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O ingresso de arquibancada a R$ 20 provocou o primeiro mal-estar entre a diretoria do Corinthians e sua nova equipe.
Ontem, os jogadores voltaram a reclamar do preço das entradas e criticaram a decisão dos dirigentes, que não vão tentar um acordo com a FPF pela redução.
A tentativa de negociação tinha sido pedida pelos atletas, liderados pelo capitão Rogério, que não deu entrevista ontem pela manhã.
O descontentamento maior é com o vice-presidente de futebol Antonio Roque Citadini. O dirigente alegou que o preço estipulado no regulamento do Campeonato Paulista não é alto para os custos do futebol brasileiro.
"Se os dirigentes lavaram a mão, não posso fazer nada. Já que ninguém tem consciência do que está acontecendo, todos perdem. É o que acontece quando quem decide acha que não dá para chegar num entendimento", disse Régis.
Os atletas não engoliram a comparação entre os preços no Brasil e na Europa feita por Citadini.
"Estamos cobrando cerca de US$ 6, muito menos do que lá fora", comparou o dirigente. Na Inglaterra, o Manchester United, por exemplo, cobra em seu site oficial o equivalente a US$ 28,70 (R$ 83) pelo tíquete mais barato para quem não é sócio.
"Essa comparação só seria justa se o torcedor brasileiro ganhasse em dólar", afirmou Fábio Costa.
O goleiro disse que os jogadores continuarão mostrando a sua insatisfação com a falta de público, mas não irão insistir para a diretoria tentar reduzir o preço.
Na única partida do clube no Pacaembu até agora, sábado contra o Rio Branco, o Corinthians atraiu apenas 7.510 torcedores.
A maioria dos integrantes das torcidas organizadas acompanhou a partida de um morro.
"Os dirigentes estão no direito deles. Nós ainda não temos força política para mudar as coisas", completou o ex-santista.
Segundo o goleiro, a equipe não desistiu da idéia de se unir a atletas dos outros clubes grandes para tentar negociar com a FPF. Palmeirenses e são-paulinos já aprovaram a união. Fábio Costa disse que ainda não houve nenhum contato com esses colegas.
O presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, declarou que não aceita conversar com os jogadores sobre o preço dos ingressos.


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