São Paulo, sexta-feira, 30 de janeiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TÊNIS

Russo interrompe série de 26 vitórias seguidas de Agassi, quarto do mundo

Safin, 86º, joga final na Austrália

DA REPORTAGEM LOCAL

Antes do início do Aberto da Austrália, Marat Safin havia dito que não estava em Melbourne só para fazer número, jogar algumas boas partidas e cair, digamos, nas quartas-de-final. Ele estava lá para tentar vencer o torneio.
Com a vitória de ontem sobre o americano Andre Agassi, por 3 a 2 (7/6, 7/6, 5/7, 1/6 e 6/3), o russo está a uma vitória de seu objetivo.
Apesar de seu passado glorioso -ex-número um do mundo e campeão do Aberto dos EUA em 2000, foi o grande adversário de Gustavo Kuerten na disputa para terminar aquela temporada no topo do ranking, além de finalista do Grand Slam australiano em 2002-, era difícil levar Safin a sério antes do início do torneio.
Atualmente na 86ª colocação do ranking, Safin teve uma péssima temporada em 2003. Com uma contusão no pulso, pouco jogou.
Ficou fora de Roland Garros, Wimbledon e Aberto dos EUA, perdeu suas seis últimas partidas do ano e pela primeira vez desde 1997 não apareceu entre os top 50.
Além disso, no meio do caminho, Safin teria que superar as estrelas do momento: Andy Roddick, Roger Federer, Juan Carlos Ferrero e Andre Agassi.
Roddick, líder do ranking, foi derrotado nas quartas-de-final, no dia do 24º aniversário de Safin.
E Agassi, que buscava o quinto título na Austrália, caiu ontem.
Federer e Ferrero decidiriam nesta madrugada quem irá enfrentar Safin na disputa do título.
"Não sei descrever como estou me sentindo", disse ele após encerrar a série de 26 vitórias seguidas, recorde do torneio na Era Aberta (desde 1968), de Agassi.
Para conseguir sua segunda vitória em cinco confrontos contra o americano, Safin disse que precisou sacar uma pouco melhor do que vinha fazendo, já que o adversário possui, provavelmente, a melhor devolução do tênis.
O russo conseguiu 33 aces, sua melhor marca no torneio, e 55% de aproveitamento no primeiro serviço contra 10 e 58% do rival. Além disso, Safin não cometeu nenhuma dupla-falta.
A grande diferença na partida de ontem, porém, ficou no número de bolas vencedoras: 79 para Safin e 44 para Agassi.
Após perder os dois primeiros sets no tie-break (8/6 em ambos), o americano parecia caminhar para a vitória quando venceu o quarto set em 6/1.
Safin contou que decidiu se poupar para o quinto set quando viu seu serviço ser quebrado pela primeira vez nessa parcial.
"Perdi um pouco o embalo no jogo e estava um pouco cansado. Decidi só terminar o set e começar tudo outra vez no quinto."
A estratégia deu certo.
"Para mim foi uma grande experiência ganhar os dois primeiros sets, perder o terceiro e o quarto e voltar no quinto", disse.
Safin, que ficou mais de 20 horas em quadra até agora, disse que pretende ficar todo o dia de hoje descansando. A final acontece na madrugada de domingo.


Texto Anterior: Liga dá prêmio para vida longa de comandantes
Próximo Texto: Bélgica monopoliza, de novo, decisão feminina
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.