|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Às portas da eleição, presidente corintiano não mostrou a conselho documento que lista irregularidades em contratos
Dualib omite laudo que reprova contas
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Às vésperas de tentar se reeleger
presidente do Corinthians, Alberto Dualib omitiu dos conselheiros
parecer do Conselho Fiscal que
reprova suas contas em 2005.
A Folha obteve cópia do documento em que o Conselho Fiscal
não aprova o balanço de 2005.
Nele, o órgão pediu para que o
papel fosse apresentado ao Cori
(Conselho de Orientação) e ao
Conselho Deliberativo.
Isso não foi feito e os dois órgãos aprovaram o balanço sem ler
a decisão dos conselheiros fiscais,
que, por isso, pretendem entrar
na Justiça e anular a reunião da última terça-feira, em que as contas
foram aprovadas. A eleição presidencial ocorre na próxima quinta.
O presidente corintiano afirmou que um parecer favorável às
contas, assinado por apenas um
dos membros do Conselho Fiscal,
Eduardo Perez Ceccato, foi lido
por um dos conselheiros do clube.
Ceccato, que não foi localizado
pela Folha, voltou atrás depois e
emitiu, ao lado dos outros dois
membros do órgão, um documento contrário às contas.
"O parecer contrário do Conselho Fiscal não foi apresentado, a
não ser que eu esteja louco. Tem
300 testemunhas disso", disse o
conselheiro Rubens Aprobatto
Machado, de oposição.
O relato dos conselheiros fiscais
sobre o episódio tem lances que
lembram um roteiro de filme sobre mafiosos, com direito até a
ameaça de morte.
Cláudio Marcelo Vélez, presidente do Conselho Fiscal, disse ter
sido ameaçado por Marcos Fernandes, que faz o controle das
contas corintianas.
"Ele disse que eu tenho de ser
inteligente, que em ano de eleição
os ânimos ficam acirrados no clube e que tenho duas filhas", afirmou Vélez. Fernandes não foi encontrado para comentar o fato.
Horas antes da última reunião
do Conselho Deliberativo, os fiscais levaram o parecer para Alberto Dualib e dizem ter sido pressionados a assinar outro documento.
Houve bate-boca e pessoas que
estavam do lado de fora ouviram
os berros de Dualib.
"O Marcos disse que tinha uma
arma automática e estava louco
para descarregá-la. Falou que nada aconteceria com ele porque a
arma tem a sua numeração raspada", contou Fausto Di Toti Garcia,
outro dos três integrantes do
Conselho Fiscal -os três fiscais
dizem que o balanço não confere
com os dados financeiros. Avaliam que o déficit deveria ser
maior. Reclamam também que
não foram sanadas irregularidades encontradas por eles nos balanços de 2003 e 2004, que aprovaram com ressalvas.
Texto Anterior: Futebol - Juca Kfouri: Fla-Flu que salva Próximo Texto: Outro lado: Clube diz que o seu balanço é irrepreensível Índice
|