São Paulo, sábado, 30 de janeiro de 2010

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"Errei", diz Daiane, que se volta agora para 2012

Ginasta, após teste positivo em antidoping, poderia ficar dois anos suspensa

Financiada pelo Pinheiros, defesa da atleta de 26 anos consegue fracionar a pena dela com base em fatores considerados atenuantes

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Daiane dos Santos, que foi suspensa por 5 meses por doping

JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Daiane dos Santos, desta vez, sorriu. A suspensão por doping anunciada ontem pela FIG (Federação Internacional de Ginástica), de cinco meses de afastamento das competições, a partir de 27 de janeiro, foi encarada como uma vitória.
Principal nome da modalidade no país, Daiane testou positivo para o diurético furosemida, que integra a lista de substâncias proibidas pela Wada (Agência Mundial Antidoping). Fora de competição, ela fez o teste no dia 2 de julho de 2009.
"O resultado foi muito positivo. Poderei treinar tranquila e recuperar o joelho [direito]", diz Daiane, 26, que volta a sonhar com Londres-2012.
"O objetivo sempre foi a Olimpíada, e isso me fez ficar ainda mais preocupada com o veredicto do julgamento."
Segundo o regulamento do COI (Comitê Olímpico Internacional), quem for flagrado no antidoping neste ciclo olímpico e receber mais de seis meses de pena estará fora dos Jogos.
De acordo com o código da Wada, o atleta flagrado com furosemida deve receber dois anos de suspensão. A defesa da ginasta, financiada pelo Pinheiros, conseguiu fracionar a pena com base em alguns fatores considerados atenuantes.
"A absolvição era impossível, porque ela tinha admitido o uso da substância. Mas não ficou uma dúvida em todo o processo. Na época [do exame], ela não tinha nenhuma relação com qualquer competição, então não poderia querer levar vantagem com o uso da substância", disse o advogado de Daiane, Cristiano Caús.
Entre os fatores levados em consideração pela FIG estão a não contestação de Daiane, que não pediu a contraprova, a explicação de como ela adquiriu e utilizou a substância, a admissão da falta de conhecimento das regras da Wada e da FIG e até mesmo o longo período de competições em alto nível e a conquista de medalhas em campeonatos importantes.
"Não recebi tratamento diferenciado por ser a Daiane dos Santos. Penso que o resultado foi favorável porque sempre falei a verdade", disse a ginasta.
Em recuperação de cirurgia no joelho, a ginasta alega ter feito o uso da substância durante tratamento estético.
"Errei. Não perguntei nada no início do tratamento e só fiquei sabendo que a furosemida era uma substância proibida quando saiu o resultado do exame", declarou Daiane.
O veredicto da FIG, anunciado ontem, serviu até mesmo para mudar o comportamento de seu clube, o Pinheiros.
Em novembro de 2009, quando a atleta foi prestar esclarecimentos sobre o caso, o clube virou o banner que continha a sua marca. Ontem, a atleta foi recebida para a entrevista coletiva com um buquê de flores e ficou à frente de uma placa com a marca da agremiação.


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