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"Errei", diz Daiane, que se volta agora para 2012
Ginasta, após teste positivo em antidoping, poderia ficar dois anos suspensa
Financiada pelo Pinheiros, defesa da atleta de 26 anos consegue fracionar a pena dela com base em fatores considerados atenuantes
Eduardo Knapp/Folha Imagem
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Daiane dos Santos, que foi suspensa por 5 meses por doping
JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL
Daiane dos Santos, desta vez,
sorriu. A suspensão por doping
anunciada ontem pela FIG (Federação Internacional de Ginástica), de cinco meses de
afastamento das competições,
a partir de 27 de janeiro, foi encarada como uma vitória.
Principal nome da modalidade no país, Daiane testou positivo para o diurético furosemida, que integra a lista de substâncias proibidas pela Wada
(Agência Mundial Antidoping).
Fora de competição, ela fez o
teste no dia 2 de julho de 2009.
"O resultado foi muito positivo. Poderei treinar tranquila e
recuperar o joelho [direito]",
diz Daiane, 26, que volta a sonhar com Londres-2012.
"O objetivo sempre foi a
Olimpíada, e isso me fez ficar
ainda mais preocupada com o
veredicto do julgamento."
Segundo o regulamento do
COI (Comitê Olímpico Internacional), quem for flagrado no
antidoping neste ciclo olímpico
e receber mais de seis meses de
pena estará fora dos Jogos.
De acordo com o código da
Wada, o atleta flagrado com furosemida deve receber dois
anos de suspensão. A defesa da
ginasta, financiada pelo Pinheiros, conseguiu fracionar a pena
com base em alguns fatores
considerados atenuantes.
"A absolvição era impossível,
porque ela tinha admitido o uso
da substância. Mas não ficou
uma dúvida em todo o processo. Na época [do exame], ela
não tinha nenhuma relação
com qualquer competição, então não poderia querer levar
vantagem com o uso da substância", disse o advogado de
Daiane, Cristiano Caús.
Entre os fatores levados em
consideração pela FIG estão a
não contestação de Daiane, que
não pediu a contraprova, a explicação de como ela adquiriu e
utilizou a substância, a admissão da falta de conhecimento
das regras da Wada e da FIG e
até mesmo o longo período de
competições em alto nível e a
conquista de medalhas em
campeonatos importantes.
"Não recebi tratamento diferenciado por ser a Daiane dos
Santos. Penso que o resultado
foi favorável porque sempre falei a verdade", disse a ginasta.
Em recuperação de cirurgia
no joelho, a ginasta alega ter
feito o uso da substância durante tratamento estético.
"Errei. Não perguntei nada
no início do tratamento e só fiquei sabendo que a furosemida
era uma substância proibida
quando saiu o resultado do exame", declarou Daiane.
O veredicto da FIG, anunciado ontem, serviu até mesmo
para mudar o comportamento
de seu clube, o Pinheiros.
Em novembro de 2009,
quando a atleta foi prestar esclarecimentos sobre o caso, o
clube virou o banner que continha a sua marca. Ontem, a atleta foi recebida para a entrevista
coletiva com um buquê de flores e ficou à frente de uma placa
com a marca da agremiação.
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