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São Paulo, domingo, 30 de março de 2003

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Maratona intriga os grandes de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

O futebol brasileiro vive hoje o primeiro domingo do novo Nacional, o dos pontos corridos, em turno e returno, quando o melhor dos confrontos de todos contra todos vai erguer aquela que é considerada a mais justa das taças.
Mas o festejado Brasileiro-03 não é unanimidade, levando em conta a opinião de uma classe importante envolvida com o andamento do principal torneio de futebol do país: a dos técnicos.
Pelo menos os três treinadores dos principais clubes paulistas que iniciam hoje a maratona de 552 partidas não estão contentes com a longa duração do campeonato, que acaba dentro de 259 dias, contando este domingo.
Emerson Leão, Geninho e Oswaldo de Oliveira, respectivamente os comandantes de Santos, Corinthians e São Paulo, temem pela saúde física dos atletas e pela dificuldade de manter a regularidade da equipe em um torneio de quase nove meses.
"Nove meses de competição? Não existe isso", reclama Leão, técnico do atual campeão brasileiro. "A contusão e a recuperação estarão no dia-a-dia da equipe. Todo jogo será bem competitivo, precisamos sempre buscar os três pontos, especialmente em casa."
Já o treinador do vice do último Nacional crê que em um torneio extenso como esse é preciso dosar o fôlego do time para não perder o pique na metade da campanha.
"A preparação dos jogadores tem que ser totalmente diferente agora porque o campeonato é longo. Vai ser mais difícil acertar o time", diz Geninho, que vê seu time perder um trunfo bem importante com a mudança do sistema de disputa do Brasileiro.
Com os pontos corridos, o Corinthians deixa de derrubar seus adversários nos mata-matas, como fez nas três vezes que ganhou o Nacional -1990, 1998 e 1999.
"Como se não bastasse a duração do torneio, também não teremos a fase de classificação, em que podemos administrar os resultados, conquistar a vaga e depois ir com tudo para os mata-matas", diz o técnico corintiano.
"Pelos meus cálculos, serão 35 semanas, o que é pouco se levarmos em consideração o número de jogos. Além do mais, o Brasil é um país com dimensões continentais. As viagens são muito cansativas", opina Oswaldo de Oliveira, que chefia o São Paulo. "Acho que oito meses é um tempo muito curto para um campeonato com 24 clubes", conclui.
Se o novo Brasileiro não é ditado pelas fórmulas malucas e se inspira nos principais torneios da Europa, também não precisava ter 24, mas 16 times em sua disputa, defende Geninho.
"Vamos ter campanhas irregulares", disse o reinador corintiano. (EDUARDO ARRUDA, LÚCIO RIBEIRO E RICARDO PERRONE)


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