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FUTEBOL
Solta a franga, Parreira!
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO
Amanhã é dia de seleção. O
jogo contra o Paraguai será
estratégico para a gestão Parreira. Uma derrota irá fatalmente
abrir a temporada de caça ao técnico do escrete. Um empate poderá até ser engolido, mas a depender das circunstâncias. O que todos esperam mesmo é a vitória.
O Brasil tem time para isso. Por
mais que se queira valorizar o futebol paraguaio -que é mesmo
enjoado de encarar-, a seleção
brasileira é formada por alguns
dos melhores jogadores do mundo, craques que brilham nas principais equipes européias, como o
Real Madrid e o Milan.
Isso, no entanto, não basta. Nome ajuda, mas não ganha jogo. É
preciso que as nossas estrelas
mostrem vontade de jogar futebol. Caso contrário, vão ressurgir
velhas questões: será melhor chamar supercraques que não têm
muita motivação ou jovens talentos com fome de bola?
O ideal é que a seleção brasileira possa contar com os melhores
jogadores nas melhores condições
de ânimo. Se isso ocorrer, o Brasil
é praticamente imbatível.
Porém, além da motivação, parece haver outros elementos a travar o jogo brasileiro. Por mais que
Parreira escale um time com jogadores fortes no ataque, como
são Kaká, Ronaldinho e Ronaldo,
além dos laterais, tem-se a impressão de que falta uma mensagem de liberdade para os comandados. Para isso, Parreira demonstra certa dificuldade. Ele parece aquele sujeito que entra no
samba, mas não rebola. O tipo
que fuma, mas não traga. Tem
cintura dura, não relaxa o corpo
ocidental. Com todo o respeito,
minha mensagem para o treinador é: "Solta a franga, Parreira!".
Do ponto de vista tático, restam
ainda algumas dúvidas sobre como vai ser a armação das jogadas. Creio que Renato terá uma
bela chance de se fixar como titular, especialmente se sair mais para o jogo. E Zé Roberto, que começou bem, mas depois caiu, terá a
oportunidade de mostrar o que
faz, afinal, nessa função de "facilitador". Mas é melhor ele não facilitar muito, porque senão as
pressões para tirá-lo do time vão
ser fortes. Robinho escalado em
sua posição, como Tostão sugeriu,
é uma alternativa que vai se tornando cada dia mais tentadora.
Recebi cerca de 60 e-mails sobre
a coluna passada, na qual tratei
do nosso Rogério Ceni, o presepeiro do Morumbi. Para minha surpresa, a grande maioria vibrou.
Adorou. Creio que havia uma
bronca travada na garganta de
muita gente com esse jeito de ser
do goleiro são-paulino. Agradeço
a todos que enviaram mensagens.
Obviamente, houve também
quem não gostasse, caso do meu
amigo Nando Reis, ex-baixista do
Titãs, agora em bela carreira solo.
Nando acha que peguei pesado e
fui "reducionista". Diz que, "como admirador de futebol e torcedor são-paulino, quero Rogério
no meu time fazendo lançamentos da intermediária, gols de falta
e principalmente defendendo a
nossa meta"!! É isso aí. Futebol
também é dissonância e polêmica, senão não tem graça...
Tudo indefinido
O Paulista, como adoram dizer
os cronistas, permanece "em
aberto". Pode dar qualquer coisa. Pelo peso da camisa, a aposta mais segura é numa final Palmeiras x Santos. Creio, porém,
que o São Caetano está com
aquela pinta de campeão que
muitas vezes surge antes da final. Jogou muito bem contra o
São Paulo e por pouco não jantou o Peixe na Vila Belmiro. É
um time que não tem medo de
jogar, mostra técnica e raça. O
tempo passa, e o Azulão continua beliscando. Uma hora vai
vestir a faixa.
Flamengo na espera
No Rio, nosso Mais Querido
Mengão está de camarote, esperando a patuléia decidir.
Vasco ou Flu? Será uma final
daquelas de me fazer sair de
Sampa e ir ao Maraca assistir.
E-mail mag@folhasp.com.br
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