São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 2006

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Após sufoco, Santos fica mais perto do final da fila

Jorge Araújo/Folha Imagem
Santistas, que ainda dependem só de si para quebrar o jejum em SP, festejam gol de Manzur na Vila


Time vira em casa e só precisa empatar com o São Paulo para levar título que busca desde 1984

DA REPORTAGEM LOCAL

Foi com muita dificuldade, como em quase toda a campanha santista na temporada, que o Santos venceu ontem o Bragantino por 3 a 1 e ficou ainda mais perto do título que persegue desde 1984.
A equipe chegou aos 40 pontos no Paulista e se manteve quatro pontos na frente do vice-líder São Paulo, em cima de quem pode ganhar seu 16º título estadual no domingo com um empate.
A partida já começou complicada por causa da falta de luz na Vila Belmiro. Apesar de prédios próximos do estádio contarem com energia elétrica, a Vila ficou apagada durante vários minutos, e o jogo do Santos começou com atraso suficiente para a equipe da casa saber que o rival São Paulo venceria o América no Morumbi.
Segundo a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), o problema foi causado pela forte chuva em Santos, mais um obstáculo que foi superado pelo time de Vanderlei Luxemburgo ontem.
O gramado pesado complicava o toque de bola santista, e facilitava o bloqueio defensivo do Bragantino, que ameaçava em esporádicos contra-ataques. Em um deles, aos 27min, o visitante conseguiu abrir o marcador. O atacante Davi, com o São Paulo em seu currículo, recebeu lançamento, driblou Fábio Costa fora da área e tocou para o gol vazio. A bola, mansinha, tocou na trave direita e entrou, deixando a situação um pouco mais difícil para o líder.
Luxemburgo, descontente com o futebol apresentado nos primeiros minutos, já tinha feito uma substituição pouco antes do gol do adversário. O zagueiro Ronaldo Guiaro saiu para a entrada de Magnum, abrindo mão logo do sistema com três zagueiros.
O Santos partiu para a pressão, e as chances começaram a se repetir. Com jogadas pelas laterais, o sistema defensivo do rival foi superado. Após jogada pela esquerda, a bola sobrou para o zagueiro Manzur, presente no ataque devido ao desespero santista em busca do empate. Ele cortou um oponente, levou a bola para o meio da área e fuzilou de perna esquerda.
A torcida santista, que decepcionou na Vila Belmiro (pouco mais de 13 mil pagantes), se acendeu e passou a apoiar mais o time. A virada saiu ainda no primeiro tempo. Magnum recebeu passe da direita de Léo Lima e também fuzilou, também no canto esquerdo do goleiro Felipe, como fizera Manzur. O gol saiu no último minuto da etapa inicial, um alívio.
No segundo tempo, o Santos não criou muitas chances e ainda viu o Bragantino ameaçar com mais freqüência. Mais exigido, Fábio Costa foi obrigado a fazer pelo menos uma boa defesa. Ainda sofreu com a pressão do adversário quando foi duramente atingido por cotovelada em uma disputa de bola e acabou sangrando.
Luxemburgo acabou substituindo Rodrigo Tabata, jogador encarregado de fazer a ligação do meio-campo com o ataque que mais uma vez não rendeu muito bem. Wendel entrou em seu lugar e ajudou a controlar o jogo.
No entanto, o sossego para os santistas só veio mesmo aos 31min quando Magnum marcou seu segundo gol no jogo. Após boa jogada de Reinaldo pela direita, a bola foi cruzada para a área com força, a zaga do Bragantino não conseguiu despachar a bola, e a aposta de Luxemburgo na partida definiu bem mais uma vez.
O placar já era dos mais folgados para o Santos no campeonato, uma vez que conseguiu 15 pontos em cinco vitórias por 1 a 0. Mas Reinaldo e Luiz Alberto ainda tiveram chances para transformar o que era um jogo difícil na primeira etapa em uma goleada.
A torcida aproveitou para cantar a conquista iminente do título nos últimos 15 minutos do jogo -o Palmeiras, com a derrota de 3 a 0 para o Paulista sacramentada, já era um rival a menos pela taça.
Mesmo que perca para o São Paulo domingo, o Santos será campeão com vitória sobre a Portuguesa na última rodada na Vila Belmiro, estádio onde tem 100% de aproveitamento na disputa.


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