São Paulo, segunda-feira, 30 de março de 2009

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quem é quem?

Brasil joga como pequeno e empata

Defesas de Júlio César e gol de Júlio Baptista em uma das únicas chances criadas pelo time definem partida em Quito

Dolores Ochoa/Associatesd Press
Júlio Baptista, que entrou no 2º tempo, festeja seu gol em Quito


Equador 1
Brasil 1


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A QUITO

Na classificação das eliminatórias, o empate de ontem, em Quito, por 1 a 1 contra o Equador até que não foi ruim para a seleção brasileira, pois manteve o time na zona de classificação à Copa da África do Sul.
Mas para quem é cinco vezes campeão do mundo e enfrentava apenas o sétimo colocado da competição foi duro ver o time jogando como pequeno, defendendo-se com três volantes, contando com a sorte para fazer seu gol e ainda vendo os rivais reclamarem do juiz.
O Brasil foi pressionado desde o início. Não conseguiu equilibrar o jogo em nenhum momento por 90 minutos.
O resultado manteve a sina do futebol brasileiro de fracassar em Quito. Desde 2001 a seleção principal ou um clube do país não ganha por uma competição sul-americana na capital equatoriana. O Brasil, porém, caiu para quarto na tabela das eliminatórias. Foi ultrapassado por Argentina, que goleou a Venezuela no sábado, e Chile, que venceu o Peru ontem.
Se quiser reclamar da altitude, o Brasil terá que admitir que não esta preparado hoje nem para jogar por míseros 15 minutos nos 2.850 m de Quito.
Desde o apito inicial, a bola praticamente não saía do campo brasileiro. O time de Dunga ainda precisava apelar às faltas. Numa delas, Júlio César salvou o time na cobrança de Mendez e também no rebote que acabou com Guerrón livre. Aos 22min, o goleiro viu a bola de um chute equatoriano explodir na sua trave esquerda.
Um dos raros atletas nacionais que ainda mostravam fôlego, o lateral-direito Maicon sentiu uma lesão e foi substituído aos 24min por Daniel Alves.
Estatísticas da TV equatoriana mostravam que o time anfitrião tinha 70% da posse de bola, número que até parecia modesto pelo que ocorria no jogo.
O Brasil voltou para o segundo tempo com a mesma equipe que foi muito mal no primeiro. E pouco mudou. Ronaldinho era uma caricatura de quem já foi o melhor do mundo. Pouco acionados, Robinho, que na saída para o intervalo ajudou um repórter brasileiro que era agredido por policiais, e Luis Fabiano nada faziam.
Júlio César fazia de tudo para se manter como o goleiro menos vazado da história da seleção (entre os que fizeram pelo menos 20 jogos) e dar ao time o sexto jogo seguido sem sofrer gols pelas eliminatórias (o que seria um recorde).
Dunga resolveu deixar o time ainda mais defensivo. Trocou Elano por Josué. A segunda troca, no entanto, foi cirúrgica.
Júlio Baptista entrou no lugar de Ronaldinho e, logo numa de suas primeiras participações, fez o gol brasileiro. Aos 28min, recebeu de Robinho e chutou forte da entrada da área. A bola explodiu na trave, voltou, bateu nas costas de Cevallos e estufou as redes.
Os equatorianos não se renderam. E, aos 44min, a injustiça do placar ficou um pouco menor quando Noboa acabou com a invencibilidade de Júlio César e decretou o empate.
A seleção volta a campo na quarta-feira, quando recebe o Peru em Porto Alegre.


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