São Paulo, segunda-feira, 30 de março de 2009

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Estreante, Brawn iguala feito de 1954

Com Button e Barrichello, equipe repete façanha da Mercedes, que também obteve dobradinha em seu primeiro GP

Resultado fica sub judice, por causa dos difusores, até 14 de abril, quando protesto de três escuderias vai ser julgado pela FIA em Paris

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MELBOURNE

Uma corrida, uma dobradinha. Apesar do excepcional saldo do GP da Austrália, abertura do Mundial de F-1, a Brawn terá de esperar até o dia 14 para celebrar de verdade a vitória de Jenson Button e o segundo lugar de Rubens Barrichello.
Feito histórico para uma equipe estreante -algo que havia ocorrido em 1954, quando Juan Manuel Fangio e Karl Kling ocuparam os dois primeiros lugares no GP da França, com a Mercedes-, o resultado está sub judice por causa do protesto feito por Ferrari, Renault e Red Bull junto à FIA contestando a legalidade dos difusores usados pelo time.
Mesmo sabendo que a polêmica só vai acabar no julgamento da Corte de Apelações da entidade, em Paris, Button e Barrichello festejaram muito.
Não era para menos, já que a equipe só foi confirmada no campeonato no dia 5 de março, quando Ross Brawn comprou a estrutura da Honda, que anunciou no fim de 2008 que não manteria mais um time na F-1.
Mais que isso. Os 18 pontos conquistados pela dupla ontem já superam os 14 que abocanharam no ano passado -11 deles do piloto brasileiro. Já Button, em apenas uma corrida, ganhou mais do que nas últimas duas temporadas -9 pontos.
"Estou vivendo um conto de fadas", festejou o inglês após o triunfo de ponta a ponta, seu segundo na F-1 -venceu em 2006, na Hungria. "Ainda mais depois dos últimos meses traumáticos que tivemos... E no ano passado o carro era uma besta, muito difícil de guiar."
Mas o que era um martírio acabou tornando-se o grande trunfo da Brawn. Após perceber que o modelo do ano passado não tinha mais jeito, a equipe concentrou seus esforços no desenvolvimento do de 2009. E, desde que foi à pista para seus primeiros testes, o BGP 001 assustou a concorrência.
Na Austrália, apareceu no top 6 em todos os treinos livres, ganhou seu primeiro grande patrocinador, a Virgin, e viu Button e Barrichello conquistarem as duas primeiras colocações no grid de largada.
Mas a dobradinha fácil que parecia se desenhar acabou logo que as luzes vermelhas se apagaram. "Assim que eu soltei a embreagem, o carro engatou o ponto morto e eu acabei perdendo muito tempo e muitas posições", falou Barrichello.
Button manteve a dianteira, seguido por Sebastian Vettel e Felipe Massa, que pulou de sexto para terceiro na largada. Tocado por trás por Heikki Kovalainen, Barrichello bateu em Mark Webber e conseguiu se segurar na sétima posição.
Enquanto Button seguia sem ser incomodado, seu companheiro ganhava posições com ultrapassagens e as primeiras paradas nos boxes. Kazuki Nakajima bateu seu Williams e forçou a entrada do safety car. Com a saída do carro madrinha e a primeira janela de pits encerrada, a tônica era a mesma: Button tranquilo na ponta e o brasileiro galgando posições.
Com seus dois carros na estratégia de duas paradas, a sete voltas do fim da prova a Brawn tinha o inglês na liderança da prova e Barrichello em quinto.
Uma ultrapassagem sobre Nico Rosberg na volta seguinte e uma batida entre Sebastian Vettel e Robert Kubica, segundo e terceiro, respectivamente, devolveram o brasileiro à posição que havia largado, a três voltas do encerramento.
O safety car voltou à pista e só saiu a tempo de não receber a bandeirada antes de Button. Jarno Trulli subiu no pódio com a dupla da Brawn, mas foi punido horas depois por ultrapassar Lewis Hamilton durante o período de safety car. O inglês, que terminou em quarto, subiu para o terceiro posto.
"Certamente esta não foi minha melhor corrida, mas venci mesmo assim. Que venha a Malásia", desdenhou Button.


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