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Estreante, Brawn iguala feito de 1954
Com Button e Barrichello, equipe repete façanha da Mercedes, que também obteve dobradinha em seu primeiro GP
Resultado fica sub judice, por causa dos difusores, até 14 de abril, quando protesto de três escuderias vai ser julgado pela FIA em Paris
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MELBOURNE
Uma corrida, uma dobradinha. Apesar do excepcional saldo do GP da Austrália, abertura
do Mundial de F-1, a Brawn terá de esperar até o dia 14 para
celebrar de verdade a vitória de
Jenson Button e o segundo lugar de Rubens Barrichello.
Feito histórico para uma
equipe estreante -algo que havia ocorrido em 1954, quando
Juan Manuel Fangio e Karl
Kling ocuparam os dois primeiros lugares no GP da França,
com a Mercedes-, o resultado
está sub judice por causa do
protesto feito por Ferrari, Renault e Red Bull junto à FIA
contestando a legalidade dos
difusores usados pelo time.
Mesmo sabendo que a polêmica só vai acabar no julgamento da Corte de Apelações
da entidade, em Paris, Button e
Barrichello festejaram muito.
Não era para menos, já que a
equipe só foi confirmada no
campeonato no dia 5 de março,
quando Ross Brawn comprou a
estrutura da Honda, que anunciou no fim de 2008 que não
manteria mais um time na F-1.
Mais que isso. Os 18 pontos
conquistados pela dupla ontem
já superam os 14 que abocanharam no ano passado -11 deles
do piloto brasileiro. Já Button,
em apenas uma corrida, ganhou mais do que nas últimas
duas temporadas -9 pontos.
"Estou vivendo um conto de
fadas", festejou o inglês após o
triunfo de ponta a ponta, seu
segundo na F-1 -venceu em
2006, na Hungria. "Ainda mais
depois dos últimos meses traumáticos que tivemos... E no ano
passado o carro era uma besta,
muito difícil de guiar."
Mas o que era um martírio
acabou tornando-se o grande
trunfo da Brawn. Após perceber que o modelo do ano passado não tinha mais jeito, a equipe concentrou seus esforços no
desenvolvimento do de 2009.
E, desde que foi à pista para
seus primeiros testes, o BGP
001 assustou a concorrência.
Na Austrália, apareceu no
top 6 em todos os treinos livres,
ganhou seu primeiro grande
patrocinador, a Virgin, e viu
Button e Barrichello conquistarem as duas primeiras colocações no grid de largada.
Mas a dobradinha fácil que
parecia se desenhar acabou logo que as luzes vermelhas se
apagaram. "Assim que eu soltei
a embreagem, o carro engatou
o ponto morto e eu acabei perdendo muito tempo e muitas
posições", falou Barrichello.
Button manteve a dianteira,
seguido por Sebastian Vettel e
Felipe Massa, que pulou de sexto para terceiro na largada. Tocado por trás por Heikki Kovalainen, Barrichello bateu em
Mark Webber e conseguiu se
segurar na sétima posição.
Enquanto Button seguia sem
ser incomodado, seu companheiro ganhava posições com
ultrapassagens e as primeiras
paradas nos boxes. Kazuki Nakajima bateu seu Williams e
forçou a entrada do safety car.
Com a saída do carro madrinha
e a primeira janela de pits encerrada, a tônica era a mesma:
Button tranquilo na ponta e o
brasileiro galgando posições.
Com seus dois carros na estratégia de duas paradas, a sete
voltas do fim da prova a Brawn
tinha o inglês na liderança da
prova e Barrichello em quinto.
Uma ultrapassagem sobre
Nico Rosberg na volta seguinte
e uma batida entre Sebastian
Vettel e Robert Kubica, segundo e terceiro, respectivamente,
devolveram o brasileiro à posição que havia largado, a três
voltas do encerramento.
O safety car voltou à pista e só
saiu a tempo de não receber a
bandeirada antes de Button.
Jarno Trulli subiu no pódio
com a dupla da Brawn, mas foi
punido horas depois por ultrapassar Lewis Hamilton durante o período de safety car. O inglês, que terminou em quarto,
subiu para o terceiro posto.
"Certamente esta não foi minha melhor corrida, mas venci
mesmo assim. Que venha a Malásia", desdenhou Button.
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