|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
F-1
Prestes a vencer, o finlandês Mika Hakkinen tem problemas na última volta e dá vitória de bandeja para seu maior rival
Schumacher herda GP a 0,5 km do final
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A BARCELONA
Drama como esse não acontecia
desde 1991: um piloto prestes a
vencer na F-1 enfrenta problemas
com o carro na última volta,
abandona a corrida e dá a vitória
de bandeja para seu maior rival.
Naquela ocasião, no Canadá, os
personagens foram Nigel Mansell
e Nelson Piquet. Ontem, em Barcelona, na Espanha, Mika Hakkinen foi o prejudicado, e Michael
Schumacher ganhou seu 47º GP
ao superar o adversário a apenas
três curvas da linha de chegada.
"Sei que foi uma pena para ele,
mas são coisas de corrida. Aconteceu comigo antes, hoje (ontem)
foi a vez do Mika", disse o alemão,
que está agora a quatro vitórias do
recorde histórico da F-1 -51
triunfos, de Alain Prost.
Hakkinen não precisava dizer
nada. Sua imagem de braços
abertos, ainda de capacete, ao lado do carro, já expressava sua desolação. "É difícil descrever o que
estou sentindo. Vai demorar algum tempo para eu assimilar isso", afirmou o finlandês, que tentava ontem se recuperar de um
péssimo início de Mundial.
O desfecho do GP da Espanha,
que marcou a volta da eletrônica à
F-1, foi um dos pouquíssimos
momentos de emoção da corrida.
O primeiro aconteceu na largada, quando o colombiano Juan
Pablo Montoya, da Williams, ultrapassou cinco concorrentes e
saltou do 11º para o sexto lugar.
Com Schumacher, Hakkinen e
Rubens Barrichello nos três primeiros lugares, distantes uns dos
outros, o primeiro pelotão só protagonizou uma troca de posições
-e, mesmo assim, nos boxes.
Líder, o alemão fez seu segundo
pit stop na 43ª volta, retornando à
prova atrás do finlandês. Hakkinen preferiu ficar sete voltas a
mais na pista, acelerando ao máximo, para abrir uma boa folga.
A estratégia deu certo. Com 26
segundos de vantagem sobre o
alemão, Hakkinen parou na 50ª
volta e retornou na liderança.
Sem conseguir se aproximar do
rival, Schumacher se conformou
com o segundo posto e aliviou o
ritmo de sua Ferrari.
A uma volta da bandeirada, o
piloto finlandês tinha confortáveis 42s568 e dez retardatários o
separando do alemão.
Ele só não esperava as chamas
que saíram do fundo de seu carro
a menos de 500 metros da chegada. Foi o terceiro -e melhor-
lance de emoção da prova.
De forma desesperada, Hakkinen procurou levar o McLaren até
o fim. O local da quebra, uma subida, tornou inútil a tentativa.
Com o carro inerte, o finlandês
observou os retardatários, um a
um, o ultrapassarem. Convencido
de que não tinha chances, foi para
a grama e abandonou. Já estava
fora do cockpit quando Schumacher passou, a caminho de mais
uma vitória, isolando-se na liderança do campeonato.
"Era isso que eu queria dizer
quando falei, na Malásia, que gostaria de um pouco da sorte do
Schumacher", disse Barrichello,
companheiro do alemão, que
abandonou a 15 voltas do fim,
com problemas de suspensão.
Montoya, que ganhou duas posições nos boxes e outras duas
com os abandonos, ficou em segundo. Foi a primeira vez que um
colombiano foi ao pódio na F-1.
Jacques Villeneuve, da BAR, ficou em terceiro, melhor colocação da história da sua equipe.
Texto Anterior: Futebol: Pretinha marca e é artilheira nos EUA Próximo Texto: Frases Índice
|