São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 2002

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FUTEBOL

Entidade baixa resolução na qual determina maior rigor dos árbitros para evitar "prejuízos" aos patrocinadores

CBF proíbe atleta de tirar camisa após gol

DA REPORTAGEM LOCAL
E DA SUCURSAL DO RIO

A CBF enviou ontem para a Comissão de Arbitragem uma resolução que proíbe os jogadores de tirarem a camisa do clube como forma de comemorar os gols.
Em meio à crise financeira do futebol, a entidade alega que a prática, além de deselegante, pode ocasionar problemas contratuais porque prejudica os patrocinadores de clubes e atletas, "cujas marcas deixam de ser exibidas em momento culminante".
Com isso, os dirigentes esperam acabar com um estilo de comemorar gols que se alastrou por todos os campos do país.
O texto da resolução não esclarece, no entanto, qual procedimento os árbitros devem adotar. Pede apenas que eles "coíbam com rigor a prática".
O rigor máximo que um árbitro pode adotar como punição no futebol é o cartão vermelho, que determina a expulsão do atleta.
A resolução da CBF também tem outros seis pontos para os quais a entidade pede mais atenção por parte dos juízes.
A entidade quer que os árbitros sejam menos tolerantes com a simulação de faltas, atitudes antidesportivas e com o famoso empurra-empurra na área antes das cobranças de escanteio.
Além disso, os árbitros deverão punir jogadas violentas mesmo que elas não tenham atingido o adversário.
Entre as justificativa da CBF para a resolução está a de que a "tolerância com a violência, com o antijogo e com entradas desleais vem acarretando prejuízos ao futebol brasileiro, tetracampeão".

Buraco
A resolução não fixa uma data para que a medida passe a vigorar. Carlos Eugênio Lopes, diretor jurídico da CBF, afirmou que ela já está valendo.
Mas Edson Rezende, presidente interino da Comissão de Arbitragem, responsável por repassar a determinação aos juízes, disse que ela só entra em vigor a partir de 1º de julho, data estabelecida pela Fifa para que recomendação semelhante passe a ter validade.
"Além disso o campeonato já está em andamento", afirmou Rezende, que amanhã deixa o cargo para a volta de Armando Marques, que estava afastado.
Corinthians e Cruzeiro, clubes que têm como parceiro o fundo norte-americano HMTF, já haviam baixado recomendação interna para inibir os jogadores de tirarem a camisa na comemoração dos gols.
Os árbitros também deverão ser orientados a proibir que os jogadores levantem a parte da frente da camisa para exibir mensagens ou imagens que trazem em camisetas embaixo do uniforme.
Nesse ponto, ainda há a possibilidade de entidade permitir os uso de camisetas da mesma cor do uniforme e sem mensagens de cunho institucional ou político.
O uso de camisetas embaixo do uniforme ganhou fama em 1999 com o atacante Romário, que chegou a manifestar apoio ao presidente Fernando Henrique Cardoso em uma delas.
De lá pra cá, a prática foi disseminada em todos os clubes. Anteontem, o atacante Leandro, do Corinthians, exibiu uma camiseta com dizeres religiosos ao marcar contra o São Caetano, pelo torneio Rio-São Paulo.


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