DA REPORTAGEM LOCAL

Wanderley Luxemburgo se antecipou e afirmou ontem que pretende continuar no Palmeiras. A manifestação do treinador era esperada para hoje, quando acontecerá a reapresentação da equipe.
Com o técnico em vias de sair até o final de semana, quando seu time foi eliminado do Rio-SP, a situação tomou rumo oposto.
Depois de a decisão de Luxemburgo já ter sido anunciada, ao menos a momentânea, o clube também está propenso a concluir que a alternativa menos traumática é a permanência do técnico.
Apesar de insatisfeito com seu salário e com as perspectivas do Palmeiras, o treinador encontrou o mercado praticamente fechado à hipótese de arrumar emprego em outro time grande no país.
Para o clube, mesmo com problemas de relacionamento entre o técnico e a diretoria, é vantajoso manter um profissional de ponta e por um valor aquém de outros treinadores do mesmo nível.
A situação de Luxemburgo no Palmeiras chegou a ficar crítica depois do empate em 2 a 2 com o São Paulo no último sábado. Além da própria desclassificação, ele criticou a diretoria por ter aceitado o critério de desempate pelo menor número de cartões.
O clube do Parque Antarctica foi eliminado por ter recebido mais amarelos nas semifinais.
Até então, já havia um estremecimento de Luxemburgo com a diretoria por ele ter criticado sua defesa no STJD, que o suspendeu por 30 dias por ter ofendido o auxiliar William Zacarias.
O diretor de futebol do Palmeiras, Sebastião Lapola, também criticou a atuação de Luxemburgo nesse episódio, por não ter comparecido à sessão no STJD.
Outro item que desagrada ao treinador é não ter conseguido chegar ainda aos R$ 100 mil de salário líquido que pretendia quando foi contratado pelo Palmeiras.
De qualquer forma, mesmo que o clube não aceite elevar seus vencimentos, o técnico ficou sem perspectivas de se transferir para outro time brasileiro de ponta.
No São Paulo, o único grande paulista prestes a ficar sem treinador, a contratação de Luxemburgo enfrenta muitas resistências.
No Cruzeiro, que chegou a ser especulado como provável destino do técnico, a diretoria nem quer ouvir o nome dele, acusado de ter usado o clube para ganhar aumento salarial no Corinthians.
Restaria a Luxemburgo tentar arrumar alguma equipe na Europa, uma alternativa arriscada.
Do lado do Palmeiras, também seria arriscado demitir o treinador agora e acabar por ter que contratar um substituto com o mesmo custo e menos destaque.
Ainda que conselheiros o pressionem pela demissão, o presidente Mustafá Contursi, há dez anos no poder, não costuma ceder, ao menos que queira a saída.
Outros assuntos pendentes são as permanências ou não do meia Alex e do atacante Christian, cujos contratos vencerão no próximo mês. Ambos deverão sair.
Rogério Correa, que é pai do atacante e seu procurador, disse que, por enquanto, Christian retornará ao Bordeaux (França).
Arce, cujo contrato vence em junho, não deve renová-lo. Seu salário é considerado alto demais. Já Muñoz estaria sendo sondado por clubes da Bélgica.


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