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São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2003

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FUTEBOL

Após goleada de 7 a 2 e uma série de lesões bizarras, time vai à Bahia para tentar a remota vaga na Copa do Brasil

Palmeiras júnior desafia desclassificação

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando a fase é ruim sobra culpa até para o departamento médico do clube. Não é diferente com o rebaixado Palmeiras-2003.
Em meio a muitas e polêmicas lesões, o time enfrenta o Vitória, em Salvador, atrás de um improvável 6 a 0 para passar às quartas-de-final da Copa do Brasil.
Com as lesões consecutivas de Pedrinho, Muñoz, Zinho e Thiago Gentil, o técnico Jair Picerni se viu obrigado a apostar em atletas alçados ao time principal após o vice da Copa São Paulo de juniores, como Edmilson e Vágner.
Além dessas baixas, os problemas médicos incluem o goleiro Marcos, que foi desconvocado da seleção por uma suspeita de bronquite mas jogará hoje.
O caso mais bizarro, porém, é o de um atleta dispensado no fim de semana. O zagueiro Índio saiu acusando os médicos de ""falsos e sem caráter" por terem afirmado que ele estava tomando antidepressivos e que simulara contusão no púbis para não jogar na goleada do Vitória, por 7 a 2, em pleno Parque Antarctica.
Ontem, o diretor Fernando Gonçalves saiu em defesa dos médicos e prometeu processar o atleta. "Na partida contra o Corinthians [primeira semifinal do Paulista], no vestiário, ele teve um problema e começou a soltar uma espuma branca pela boca", disse. "Ele falou aos médicos que tinha o diabo no corpo."
Outra controvérsia girou em torno da nova lesão de Pedrinho, meia marcado por passar a maior parte de sua carreira no departamento médico. O presidente palmeirense, Mustafá Contursi, teria feito um trocadilho com seu nome, chamando-o de "Podrinho", e isso deixou Pedrinho revoltado.
A própria contusão de Thiago Gentil, anunciada por ele ao final do treino de ontem, gerou dúvidas por parte de Picerni. "Não tem problema não. Ele vai jogar", disse após ser informado das dores musculares do atacante. À tarde, contudo, ele foi tirado da delegação que viajou para a Bahia.
O treinador também desconfiou da lesão de Zinho. "Ele está meio dolorido, mas não foi nada", disse sobre o veterano meia que vive má fase técnica.
Quem viajou foi o goleiro Marcos, que foi para Brasília e Salvador pelo Palmeiras, mas se negou a viajar ao México pela seleção alegando princípio de bronquite e que uma viagem longa de avião poderia deflagrar a doença.
Tanto o coordenador Zagallo quanto o técnico Carlos Alberto Parreira deram declarações descrendo da razão apresentada.
Foi nesse clima que o zagueiro Daniel, que se projetou no São Caetano, foi apresentado ontem como palmeirense. "O Palmeiras atravessa uma fase de turbulência, mas é um desafio", disse.
Daniel é o primeiro dos dois jogadores prometidos por Mustafá após a dispensa de cinco atletas. O lateral Neném, um dos cortados, acusou ontem Picerni de ter "armado uma arapuca" para ele.


NA TV - Record, ao vivo, às 21h40


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