São Paulo, sexta-feira, 30 de abril de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PINGUE-PONGUE

Barrichello não lembra do último papo com ídolo

DA REPORTAGEM LOCAL

Coube a Rubens Barrichel-lo inaugurar o centro médico de Imola no final de semana de 94. A batida, a mais violenta de sua carreira, completou ontem dez anos.
Na sexta-feira, 29 de abril, o Jordan do brasileiro decolou na zebra da Variante Baixa a 220 km/h. O acidente teve como conseqüência o nariz quebrado, um braço ralado e uma costela trincada.
No centro médico, grogue, ele recebeu a visita de Ayrton Senna, seu grande ídolo. Foi a última vez que se viram. Passados dez anos, Barrichello revela: não se lembra daquele encontro. (FSX)
 

Folha - O Senna te visitou naquele dia no centro médico. Como foi a conversa?
Rubens Barrichello -
Olha... Ainda hoje não lembro daquele ambulatório, não lembro de tê-lo visto. E todo esforço que eu tento fazer, para mim é fantasia. Como sei que ele esteve lá, fico tentando lembrar, mas a imagem não vem na minha cabeça.

Folha - Você se sentiu obrigado a substituí-lo?
Barrichello -
Houve o peso. E não foi culpa do Ayrton ou do povo brasileiro. Eu tenho que assumir o erro de ter me comprometido... Nunca tinha ido a um velório, foi algo que me marcou. E eu, Rubens Barrichello, saí de lá comprometido. Não queria tomar o lugar de ninguém. Só queria dar ao público aquilo que eu sentia quando era torcedor. Mas soou a promessa. E soando a promessa, virou uma pressão.

Folha - Você cogitou parar?
Barrichello -
Você se faz perguntas, claro. Mas eu tinha 21 anos, minha paixão pela velocidade era maior do que tudo. Se eu tivesse que ir como ele foi, não iria doer.


Texto Anterior: Dez anos após Senna, F-1 atinge pico de segurança
Próximo Texto: Memória: Ratzenberger tentava disputar seu segundo GP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.