São Paulo, segunda-feira, 30 de abril de 2007

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COI coloca velejador do Brasil em lista de "heróis olímpicos"

Torben Grael integra relação de 347 atletas que enaltecem espírito dos Jogos

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Seis Olimpíadas, dois ouros, uma prata e dois bronzes. Esses feitos já são suficientes para Torben Grael ser reconhecido como um dos mais importantes atletas do Brasil.
Agora, o iatista passou a figurar também na seleta lista de competidores considerados "heróis" pelo Comitê Olímpico Internacional. Seu nome está ao lado de outros 346 que tiveram suas biografias escolhidas não só pelas medalhas obtidas mas também por representarem os ideais enaltecidos pela entidade que rege o esporte.
São os representantes da elite esportiva mundial entre as Olimpíadas de Atenas-1896 e Atenas-2004. Seus perfis são compilados desde a década de 70 e podem ser vistos no site do comitê (www.olympic.org).
O Brasil já contava com três representantes desde 2005: Adriana Behar, Shelda e Ricardo, todos do vôlei de praia.
"Não acho que sou um herói, mas é um orgulho ser reconhecido. Não é uma coisa que se dá do dia para a noite", declarou Torben, incluído na relação em 5 de abril, após cerca de quatro meses de pesquisa do grupo de estudos do comitê olímpico.
O perfil do brasileiro destaca seus feitos -atleta do país com o maior número de medalhas olímpicas e iatista mais laureado da história dos Jogos- e sua capacidade de superar os tropeços. "Não importa o tipo de barco, o parceiro ou a distância, o importante para ele é estar na água", escreveu o comitê.
"Essa compilação não é uma lista de performances olímpicas. Ela dá reconhecimento a atletas pelo que eles representam para seus esportes e para a história dos Jogos", afirmou Sandrine Chabert, coordenadora de imprensa do COI.
A inclusão de um competidor depende até dos registros de sua performance. A falta de imagens, por exemplo, pode prejudicar uma escolha.
Torben está ao lado de seu principal inspirador, Paul Elvstrom. O dinamarquês, campeão olímpico pela primeira vez aos 20 anos, soma quatro ouros. Após o título em Roma-1960, ele se aposentou. Mas voltou à vela logo depois.
Em Los Angeles-1984, competiu ao lado da filha Trine. Quatro anos depois, retornou aos Jogos com a caçula, Strine, cumprindo uma das mais bonitas carreiras da vela mundial.
"Para mim e também para muitos atletas, ele é um dos exemplos a serem seguidos", afirmou o brasileiro.
Torben ainda divide a lista com nomes menos famosos, como o israelense Gal Fridman. Ele protagonizou disputa acirrada com o brasileiro Ricardo Winicki, da prancha a vela, e levou o ouro em 2004.
Foi a primeira medalha dourada da história de seu país nos Jogos e o transformou em um verdadeiro herói nacional.
Também estão na lista nomes como o da corredora Gabriele Andersen-Scheiss. Ela não chegou perto do pódio em Los Angeles-1984. Mas sua imagem cambaleante tentando cruzar a linha de chegada se transformou em um dos símbolos do espírito olímpico.


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