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sofrimento
Palmeiras limita torcedor comum
Fã não filiado a facções, sem ligação com diretoria ou lugar cativo teve poucos ingressos para a final
Clube organiza mal as filas, onde ocorreram tumultos e protestos, e dá informações equivocadas aos torcedores, desrespeitando legislação
EDUARDO OHATA
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O palmeirense comum ocupará menos da metade dos lugares do Parque Antarctica na
final do Paulista contra a Ponte
Preta. Organizada pela diretoria, a distribuição dos ingressos
beneficiou conselheiros, torcidas uniformizadas, donos de
lugares cativos ou VIPs.
Assim, sobraram entre 10 mil
e 12 mil bilhetes para o torcedor sem regalias. Essa carga
acabou em três horas. O total
de ingressos era de 27.685.
A cúpula do clube ficou com
entre 3.000 e 4.000 ingressos,
destinados a conselheiros, diretores e sócios. Torcidas organizadas abocanharam um quinhão: mil foram para a Mancha
Verde. Outras uniformizadas
também levaram bilhetes
-membros da TUP tentaram
vender entradas à Folha. Repetiram-se privilégios da partida
em Campinas.
Outras 5.000 entradas foram
para o setor VIP, patrocinado
por um cartão de crédito. Ainda foram guardadas 3.000 cadeiras cativas. E, como manda
o regulamento, 2.600 bilhetes
são dos ponte-pretanos.
Ao torcedor comum restaram as filas, a maior delas no
Parque Antarctica. Duraram
três horas os ingressos. E houve diversas invasões à fila, segundo relatos à Folha.
"Foram os torcedores que
organizaram as filas, não teve
funcionário algum", contou o
estudante Diego Garcia, 19, que
chegou de madrugada ao clube
e não conseguiu ingressos.
Pela legislação, o Palmeiras é
encarregado de organizar a fila,
com auxílio da Polícia Militar.
O artigo 20 do Estatuto do Torcedor diz que o clube deverá fazer a venda com agilidade e
"amplo acesso a informações".
O descumprimento leva à destituição do presidente do clube.
Quando acabaram os bilhetes, torcedores arremessaram
objetos na polícia, que reprimiu com bombas e cacetetes.
Houve feridos e detidos.
Enquanto isso, a Mancha
comprou mil ingressos no clube, sem informar a fonte. "É
melhor do que ter nossos garotos na fila, o que pode gerar
confusão", disse o presidente
da organizada, Janio Carvalho.
Mas, em Santo André, uniformizadas invadiram a fila e
ameaçaram torcedores. "A polícia apareceu depois. Cheguei
de madrugada e só venderam
uns cem ingressos", contou o
jornalista Fábio Weiss, 26.
O clube ainda mandou gente
ao lugar errado. Torcedores relataram à Folha terem recebido e-mail do Palmeiras dizendo que haveria venda no ginásio do Ibirapuera. "Esses locais
nunca estiveram na lista", relatou Bruno Balsimelli, da BWA,
que comercializa os bilhetes.
Colaborou RICARDO PERRONE, do Painel FC
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