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Para manter foco, Santos estabelece o silêncio
CAROLINA ARAÚJO
ENVIADA ESPECIAL A SANTOS
Até domingo, quando a equipe terá que vencer o Corinthians por três gols de diferença para conquistar seu 18º título paulista, os jogadores santistas não poderão dar entrevistas
nem por telefone. Os únicos
que falarão com os jornalistas
são o técnico Vagner Mancini e
membros da comissão técnica.
Segundo a assessoria de imprensa do clube, a decisão partiu do presidente Marcelo Teixeira e tem por objetivo manter
o foco na final do Estadual e
evitar que declarações dos atletas motivem os corintianos para o duelo no Pacaembu.
O exemplo usado é o do diretor de futebol do São Paulo,
Carlos Augusto Barros e Silva,
que chamou Ronaldo de ex-jogador antes do segundo jogo da
semifinal. No Morumbi, o camisa 9 marcou um gol e rebateu
as declarações do dirigente.
Questionado sobre a proibição, Mancini demonstrou contrariedade e ameaçou deixar a
sala de imprensa se o assunto
se alongasse. "A pergunta não
tem que ser feita para mim. Essa é uma ordem de cima, e sou
funcionário do clube", afirmou.
Apesar de negar ter sido o autor da "lei da mordaça", Mancini admitiu que participou de
uma reunião com a diretoria
santista, na noite de anteontem, para discutir a proibição.
O que diretoria e comissão
técnica querem evitar é desestabilizar o time, ainda abalado
pelas duas últimas derrotas na
Vila Belmiro. Além de ter perdido para o Corinthians por 3 a
1, no domingo, o Santos foi eliminado pelo CSA, na Copa do
Brasil, na última quarta-feira.
O objetivo também é preservar algumas das estrelas do
elenco, como o goleiro Fábio
Costa e o atacante Kléber Pereira, que tiveram baixo rendimento nos últimos dois jogos e
foram considerados vilões na
derrota para o Corinthians.
O treinador santista confirmou que o atacante se abalou
com suas últimas atuações.
Desde que chegou ao Santos,
Mancini tem tentado blindar
os atletas do contato com a imprensa. Neymar, 17, revelação
do elenco nesta temporada,
deu uma única entrevista coletiva desde que estreou. Na semana passada, somente o volante Pará e o zagueiro Fabão.
O técnico também já se irritou com declarações dos jogadores à imprensa. A última foi
de Kléber Pereira. Quando o time viajou a Maceió para a partida de ida contra o alagoano
CSA, no dia 8 de abril, o camisa
9 do Santos reclamou por não
ter sido escalado para a partida,
que terminou empatada (0 a 0).
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