São Paulo, quinta-feira, 30 de abril de 2009

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Para manter foco, Santos estabelece o silêncio

CAROLINA ARAÚJO
ENVIADA ESPECIAL A SANTOS

Até domingo, quando a equipe terá que vencer o Corinthians por três gols de diferença para conquistar seu 18º título paulista, os jogadores santistas não poderão dar entrevistas nem por telefone. Os únicos que falarão com os jornalistas são o técnico Vagner Mancini e membros da comissão técnica.
Segundo a assessoria de imprensa do clube, a decisão partiu do presidente Marcelo Teixeira e tem por objetivo manter o foco na final do Estadual e evitar que declarações dos atletas motivem os corintianos para o duelo no Pacaembu.
O exemplo usado é o do diretor de futebol do São Paulo, Carlos Augusto Barros e Silva, que chamou Ronaldo de ex-jogador antes do segundo jogo da semifinal. No Morumbi, o camisa 9 marcou um gol e rebateu as declarações do dirigente.
Questionado sobre a proibição, Mancini demonstrou contrariedade e ameaçou deixar a sala de imprensa se o assunto se alongasse. "A pergunta não tem que ser feita para mim. Essa é uma ordem de cima, e sou funcionário do clube", afirmou.
Apesar de negar ter sido o autor da "lei da mordaça", Mancini admitiu que participou de uma reunião com a diretoria santista, na noite de anteontem, para discutir a proibição.
O que diretoria e comissão técnica querem evitar é desestabilizar o time, ainda abalado pelas duas últimas derrotas na Vila Belmiro. Além de ter perdido para o Corinthians por 3 a 1, no domingo, o Santos foi eliminado pelo CSA, na Copa do Brasil, na última quarta-feira.
O objetivo também é preservar algumas das estrelas do elenco, como o goleiro Fábio Costa e o atacante Kléber Pereira, que tiveram baixo rendimento nos últimos dois jogos e foram considerados vilões na derrota para o Corinthians.
O treinador santista confirmou que o atacante se abalou com suas últimas atuações.
Desde que chegou ao Santos, Mancini tem tentado blindar os atletas do contato com a imprensa. Neymar, 17, revelação do elenco nesta temporada, deu uma única entrevista coletiva desde que estreou. Na semana passada, somente o volante Pará e o zagueiro Fabão.
O técnico também já se irritou com declarações dos jogadores à imprensa. A última foi de Kléber Pereira. Quando o time viajou a Maceió para a partida de ida contra o alagoano CSA, no dia 8 de abril, o camisa 9 do Santos reclamou por não ter sido escalado para a partida, que terminou empatada (0 a 0).


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