São Paulo, quinta-feira, 30 de abril de 2009

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Pacaembu recebe taça e vê briga por ingresso da final

Bilhetes se esgotam rapidamente e provocam revolta de corintianos, que descontam a frustração agredindo supostos cambistas e xingando Pelé e Kassab

Moacyr Lopes junior/Folha Imagem
Policiais tentam proteger homem acusado de ser cambista por torcedores que esperavam para comprar ingresso da decisão

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC

De um lado, sombra, música, petiscos, sucos e refrigerantes. E mídia, autoridades engravatadas, mulheres bonitas. Todos reunidos para ver a apresentação da Taça Fifa ao público paulistano pelas mãos de Pelé.
Do outro, sob sol forte, torcedores corintianos irados porque os ingressos do segundo jogo da final do Paulista se esgotaram, segundo eles, entre 15 e 30 minutos. Eles descontaram a frustração agredindo ao menos três supostos cambistas.
As duas cenas tiveram como cenário o estádio do Pacaembu, ontem pela manhã. E, no fim das contas, foi inevitável que os dois universos se chocassem.
Resultado: algumas dezenas de torcedores se amontoaram em frente às grades que isolavam o local da cerimônia. Enquanto o Pelé discursava, era alvo de xingamentos e de gritos de ""Ronaldo, Ronaldo".
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), tampouco escapou das ofensas.
No hall do Pacaembu, autoridades traziam um sorriso amarelo. ""A presença de uma torcida em um evento como esse é algo bom", afirmou, sorrindo, o secretário municipal de Esporte, Walter Feldman.
Claury Alves, secretário de Esporte do governo Serra, também tentou contemporizar. "Não tinha dia melhor para fazer esse evento, com toda a energia da torcida corintiana."
A PM, já antevendo a possibilidade de confusão, chegou reforçada ao Pacaembu. Mais de 50 policiais estavam no local.
Ainda no período da manhã, soldados do batalhão de choque entraram em ação, com sucesso só momentâneo, para dispersar a aglomeração de torcedores.
Eles argumentavam que, se cada um somente poderia adquirir três ingressos, seria impossível que eles se esgotassem em meia hora. Insinuavam favorecimento aos cambistas.
""Aquele ali é cambista." Era o comando para que dezenas de torcedores surgissem de todos os lados, acuassem e agredissem os eventuais suspeitos.
""Foi um erro estratégico [marcar os eventos para o mesmo local]", disse o primeiro-tenente da PM Marçal Ricardo Razuk. A patrocinadora do evento acreditavam que a exposição da taça absorveria torcedores corintianos.


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