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Pacaembu recebe taça e vê briga por ingresso da final
Bilhetes se esgotam rapidamente e provocam revolta de corintianos, que descontam a frustração agredindo supostos cambistas e xingando Pelé e Kassab
Moacyr Lopes junior/Folha Imagem
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Policiais tentam proteger homem acusado de ser cambista por torcedores que esperavam para comprar ingresso da decisão
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
De um lado, sombra, música,
petiscos, sucos e refrigerantes.
E mídia, autoridades engravatadas, mulheres bonitas. Todos
reunidos para ver a apresentação da Taça Fifa ao público
paulistano pelas mãos de Pelé.
Do outro, sob sol forte, torcedores corintianos irados porque os ingressos do segundo jogo da final do Paulista se esgotaram, segundo eles, entre 15 e
30 minutos. Eles descontaram
a frustração agredindo ao menos três supostos cambistas.
As duas cenas tiveram como
cenário o estádio do Pacaembu,
ontem pela manhã. E, no fim
das contas, foi inevitável que os
dois universos se chocassem.
Resultado: algumas dezenas
de torcedores se amontoaram
em frente às grades que isolavam o local da cerimônia. Enquanto o Pelé discursava, era
alvo de xingamentos e de gritos
de ""Ronaldo, Ronaldo".
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), tampouco escapou das ofensas.
No hall do Pacaembu, autoridades traziam um sorriso amarelo. ""A presença de uma torcida em um evento como esse é
algo bom", afirmou, sorrindo, o
secretário municipal de Esporte, Walter Feldman.
Claury Alves, secretário de
Esporte do governo Serra, também tentou contemporizar.
"Não tinha dia melhor para fazer esse evento, com toda a
energia da torcida corintiana."
A PM, já antevendo a possibilidade de confusão, chegou reforçada ao Pacaembu. Mais de
50 policiais estavam no local.
Ainda no período da manhã,
soldados do batalhão de choque
entraram em ação, com sucesso
só momentâneo, para dispersar
a aglomeração de torcedores.
Eles argumentavam que, se
cada um somente poderia adquirir três ingressos, seria impossível que eles se esgotassem
em meia hora. Insinuavam favorecimento aos cambistas.
""Aquele ali é cambista." Era o
comando para que dezenas de
torcedores surgissem de todos
os lados, acuassem e agredissem os eventuais suspeitos.
""Foi um erro estratégico
[marcar os eventos para o mesmo local]", disse o primeiro-tenente da PM Marçal Ricardo
Razuk. A patrocinadora do
evento acreditavam que a exposição da taça absorveria torcedores corintianos.
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