Se punição for confirmada, Quênia é maior beneficiado, indo de 15º para 13º

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia após o Comitê Olímpico Internacional pregar que não revelaria o nome dos novos flagrados no antidoping nos Jogos de Pequim-2008 enquanto os casos não fossem oficiais, todos os atletas são conhecidos.
A maioria das divulgações veio por meio de federações esportivas e comitês nacionais.
Os únicos medalhistas são o barenita Rashid Ramzi, vencedor dos 1.500 m do atletismo, e o ciclista italiano Davide Rebellin, vice na prova de estrada.
Caso as punições sejam confirmadas, o maior beneficiado será o Quênia, que subirá do 15º para o 13º lugar, passando Espanha e Jamaica. O mais prejudicado será o Bahrein, que obteve seu primeiro ouro olímpico. A Itália não perderá a nona posição na classificação geral. O Brasil continua em 23º lugar.
Entre os outros atletas também flagrados no "recall" do COI, há dois nomes conhecidos: o ciclista alemão Stefan Schumacher e a marchadora grega Athanasia Tsoumeleka.
Schumacher, bronze no Mundial-07, já fora punido por teste na Volta da França-08. Tsoumeleka, ouro na marcha de 20 km em Atenas-04, afirmou que irá se aposentar.
Os outros flagrados são a croata Vanja Perisic (atletismo) e a dominicana Yudelquis Contreras (levantamento de peso). Os seis tiveram exame positivo para Cera (Ativador Contínuo do Receptor de Eritropoietina, na sigla em inglês), uma variante da EPO.
A nova droga, posta no mercado em 2007, estimula a produção de glóbulos vermelhos, melhorando a oxigenação sanguínea. Como seus efeitos se aproximam dos processos fisiológicos do organismo, é mais difícil de ser detectada.
Com os novos casos divulgados pelo COI, já são cem os esportistas flagrados na história olímpica -quase metade em Atenas-04 e Pequim-08.
Os Jogos de Inverno tiveram, até hoje, só 13 casos. É menos da metade dos 27 casos de Pequim-08, a Olimpíada mais "suja" da história, igualando os números de Atenas-04 -nessa conta entram também os doping de cavalos no hipismo.