São Paulo, sexta-feira, 30 de abril de 2010

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Em SP, filas maltratam torcedor

Há relatos de até 9 horas de espera para obtenção de ingressos para final entre Santos e Santo André

Dono da empresa que vende os bilhetes diz que espera máxima foi de 3 horas, "uma maravilha", e que bilhetes para santistas se esgotaram

Zanone Fraissat/Folha Imagem
Na noite de ontem, longa fila de torcedores no Pacaembu em busca de ingressos para a final do Paulista

DO PAINEL FC
DA REPORTAGEM LOCAL

Torcedores relataram que esperaram até nove horas para comprar o seu. Muitos desistiram ao ver a quantidade de gente nos guichês. Mas, para o responsável pela venda de bilhetes para a final do Paulista-2010, entre Santos e Santo André, tudo correuo bem e ninguém ficou na fila por mais de três horas para comprar sua entrada.
"Foi uma maravilha. Houve demora? Houve, mas todos foram atendidos. As filas foram organizadas pela polícia", diz Bruno Balsimelli, o dono da BWA, a empresa responsável pela comercialização de ingressos para a decisão de domingo.
Ele diz que duvidar de que alguém ficou na fila por mais de três horas. Mas houve relatos de quem gastou até nove horas esperando para ser atendido no Pacaembu, o palco da final.
Em Barueri, outro ponto de venda, também sobraram queixas. "Um torcedor que estava saindo do guichê me disse que tinha ficado quase seis horas na fila", declarou o gerente de vendas Rubens Mattos, que, depois de mais de uma hora de espera e o avanço tímido na fila, desistiu de comprar entradas para ele e o filho e voltou para Campinas, onde mora.
"Dessa forma, o futebol vai virar uma coisa para vagabundo, que pode ficar o dia inteiro numa fila para comprar ingressos", protestou Mattos.
Segundo Balsimelli, foram vendidas todas as 33.161 entradas destinadas à torcida do Santos, apesar de o clube dizer que hoje colocará à venda, na Vila Belmiro, 600 entradas para o setor do tobogã.
Novas entradas para os santistas, de acordo com Balsi- melli, só se houver um acordo entre as diretorias dos finalistas, já que, dos 2.250 bilhetes destinados aos torcedores do Santo André, apenas nove haviam sido vendidos até ontem.
Torcedores que formaram imensas filas nos pontos de venda reclamaram do pequeno número de guichês e do sistema de vendas, em que é exigida a apresentação da carteira de identidade. Isso serviria para limitar a dois o número de ingressos vendidos a cada fã.
Mas muitos levam a identidade de terceiros, compram dezenas de ingressos e ficam muito tempo na bilheteria.
A situação fez até a Prefeitura de Barueri reclamar do trabalho da BWA. Demora para a compra e desorganização no entorno do ginásio José Corrêa fizeram com que o secretário de Esportes da cidade, José Calil, prometesse enviar um ofício hoje para a empresa, responsabilizando-a por eventuais danos ao patrimônio municipal.
"A desorganização é constante. Hoje [ontem] havia apenas um funcionário para fazer todo o trabalho. Se houver danos, vamos ingressar na Justiça", declarou o secretário.

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