São Paulo, sexta-feira, 30 de abril de 2010 |
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Diego Souza ofusca vitória do Palmeiras
Time ganha pela Copa do Brasil com gol aos 50min do 2º tempo, mas vê meia em duelo de xingamentos com a torcida
Palmeiras 1 Atlético-GO 0 RENAN CACIOLI DA REPORTAGEM LOCAL A sorte de Diego Souza foi que o Palmeiras achou um gol aos 50min do segundo tempo e venceu o Atlético-GO, senão o clima no Parque Antarctica poderia ficar ainda pior para ele. O camisa 7 tirou o foco da vitória suada pelas quartas de final da Copa do Brasil aos 34min da etapa final, quando foi substituído por Paulo Henrique. Vaiado e xingado devido a mais uma atuação apagada, o jogador mostrou o dedo médio para a torcida localizada nas cadeiras cobertas antes de se sentar no banco de reservas. Enfurecidos, os torcedores se espremeram na grade de proteção do setor para intensificar a batalha verbal com o atleta, que também xingou o público antes de enfim se acomodar. "Ei, Diego, vai tomar no cu", gritou em uníssono o Parque Antarctica, cujo ânimo já não era dos melhores àquela altura da partida devido ao 0 a 0 estampado no placar eletrônico. Os insultos não cessaram nem quando Cleiton Xavier converteu a penalidade sofrida por Paulo Henrique e garantiu a vantagem do Palmeiras para o jogo da volta, quarta-feira que vem, em Goiânia. Lá, os paulistas jogarão pelo empate para avançar às semifinais. Na comemoração do gol, Cleiton Xaier e vários atletas foram abraçar Diego Souza no banco, o que reacendeu a torcida. "Diego, veado!", cantaram os quase 24 mil pagantes (maior público do ano no estádio), que já não sabiam o que era mais importante: celebrar o resultado ou ofender o meia. O apito final aconteceu logo na sequência. Enquanto parte do público pulava e fogos de artifício pipocavam nos arredores do estádio, ecoavam ofensas ao protagonista da noite. "Escoltado" pelo volante Edinho, Diego Souza olhou para a torcida e continuou discutindo enquanto caminhava pelo gramado. Antes que o meio- -campista tornasse o clima ainda mais pesado, outro companheiro de time "escondeu" o atleta colocando o capuz do agasalho na cabeça dele. Cercado pelos repórteres de campo, o jogador adotou a ironia ao ser questionado se estava cavando sua saída do clube. "Eu não. Estou muito feliz aqui", respondeu. "E a vaia?", perguntou um dos jornalistas. "Vaia?", retrucou Diego Souza antes de avançar para o vestiário. O mal-estar provocado pelo jogador deixou o restante do time em saia justa no gramado. "Eu não sou o mais aconselhável para falar sobre cabeça quente. A gente faz muita besteira de cabeça quente", afirmou o zagueiro Danilo, que na semana retrasada chamou o zagueiro Manoel, do Atlético-PR, de "macaco" e cuspiu no adversário durante a partida. "O Diego errou de ter feito o gesto pra torcida, se é que fez, porque não vi. Mas tenho certeza de que ele vai dar a volta por cima", disse Cleiton Xavier. Para tentar apagar o incêndio, a assessoria convocou o goleiro Marcos para conceder a coletiva, fato raríssimo de ocorrer após os jogos. "A gente tem de entender o momento de fúria do Diego. Mas foi algo dirigido a dois ou três torcedores, não a toda a torcida. Ele está arrependido e amanhã [hoje] deve falar com vocês [jornalistas] sobre isso", disse o camisa 12. Texto Anterior: Ministro pede Mané Garrincha mais enxuto Próximo Texto: São Paulo: Richarlyson se arrepende de "cabeça quente" Índice |
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