São Paulo, domingo, 30 de maio de 2004

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Escolha gera polêmica entre especialistas

DO ENVIADO A MARÍLIA

Os especialistas em preparação física têm opiniões diversas sobre a escolha de Osmar Barbosa de realizar seus treinos somente na terra.
Segundo Paulo Zogaib, médico da BM&F, principal equipe de atletismo do país, a preparação nesse tipo de piso traz "mais benefícios do que prejuízos" ao corredor.
"Quem treina distâncias de fundo e meio-fundo está mais sujeito a lesões por "overuse" [uso excessivo] do joelho, por exemplo", aponta o fisiologista, que é professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Segundo ele, durante uma corrida o atleta descarrega até 250% o peso do corpo em cada perna. "Essa sobrecarga depende da velocidade que ele treina, do tempo de duração da prática e das condições anatômicas do atleta", aponta o fisiologista.
No piso duro esse choque é maior. "Se ele usa o piso sintético só para competir, chegará à prova tendo sofrido menos impacto no joelho do que seus rivais que se prepararam no chão duro."
Mas o treinamento incomum de Barbosa também tem seus críticos. Turíbio Leite de Barros, colega de Zogaib na Unifesp, acredita que a estratégia pode, ao contrário, favorecer o aparecimento de complicações.
"Não vejo vantagem nenhuma nisso. Um piso irregular traz um risco maior de torções. Além disso, nesse tipo de pista o atleta não vai desenvolver uma boa velocidade", analisa Turíbio, que atua como fisiologista do time de futebol do São Paulo.
Para Zogaib, a perda da rapidez é relativa. "Isso aconteceria em distâncias menores, em que a velocidade é o mais importante. Em provas de fundo, o que importa é a resistência", afirma. (ALF)


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