São Paulo, segunda-feira, 30 de maio de 2005

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FUTEBOL

Meias palmeirenses Juninho e Marcinho, especialistas em servir o ataque, foram melhor em desarmar o adversário

Dupla badalada rende mais na marcação

PAULO GALDIERI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Na primeira vitória de Juninho e Marcinho jogando juntos com a camisa do Palmeiras, a dupla escalada para armar o ataque do time se destacou mais na hora de ajudar a tomar a bola do Santos.
Juninho, tido como um jogador leve -às vezes até considerado "frágil"- foi um dos reis do desarme entre os palmeirenses.
O camisa 10 roubou a bola da equipe da Vila Belmiro 18 vezes segundo o Datafolha. Nesse fundamento, o meia só rendeu menos que dois companheiros que entram em campo essencialmente para destruir as jogadas: o volante Alceu (26 desarmes) e o zagueiro Daniel (20).
Marcinho também ajudou a parar o Santos. Ele, que tem como uma de suas principais características o drible -o que costuma lhe render muitos hematomas provenientes dos choques com adversários-, desta vez só tentou esse tipo de jogada duas vezes. Além disso, o meia saiu de campo com mais faltas cometidas do que recebidas: 2 contra 3.
No ataque, a produção da dupla foi menos efetiva. Marcinho tentou apenas dois arremates a gol, enquanto seu companheiro de meio-campo não chutou nem uma vez sequer.
Apesar disso, a dupla foi a referência do time na hora de passar a bola. Os dois foram os jogadores mais acionados do Palmeiras -Marcinho recebeu 27 bolas e foi procurado 29 vezes por seus colegas de time.
O desempenho da dupla foi pautado por seus posicionamentos em campo durante o jogo.
Com a opção do técnico Paulo Bonamigo de usar apenas um volante de fato (Alceu) para proteger a zaga, Juninho acumulou a tarefa de voltar para marcar no campo de defesa. O meia atou na prática como uma espécie de segundo volante, que saía de trás com a bola dominada tentando armar o contragolpe. Contra o São Paulo, por exemplo, ele atuara mais próximo ao ataque.
Já Marcinho, que se destacou nos cruzamentos -foi o líder do time nesse tipo de quesito, com oito bolas alçadas na área santista-, jogou mais aberto pela ponta esquerda, fazendo dupla com o lateral Lúcio naquele setor.
A produção da dupla agradou ao técnico do time. Na avaliação de Bonamigo, a vitória contra o Santos é o primeiro passo para a recuperação do Palmeiras.
O treinador palmeirense, porém, diz querer ver seu time atuando melhor. "A equipe precisa jogar muito mais", analisa.
E tempo para tentar fazer isso virar realidade agora não deverá ser problema. O próximo jogo do Palmeiras só acontece no dia 11, contra o Goiás, fora de casa -fato comemorado pelo time.
"Esse trabalho de duas semanas vai ser fundamental. Vai dar para trabalhar com maior intensidade", diz Bonamigo, , que pretende dar ênfase ao "aspecto emocional da equipe" mas que não levará o grupo para uma concentração no interior do Estado.
"Faz tempo que a gente não tem cinco dias seguidos para treinar. A semana vai ser muito proveitosa", celebra o goleiro Marcos que, não poderá desfrutar do período.
Convocado pela seleção brasileira para os jogos das eliminatórias e também para a Copa das Confederações, na Alemanha, o capitão palmeirense terá de se apresentar a Carlos Alberto Parreira amanhã e não fará nenhum treino por seu time antes disso.
Com a ausência de Marcos, Sérgio, que é pretendido por Vasco e Grêmio, deve assumir a camisa um nos próximos jogos.

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