São Paulo, segunda-feira, 30 de maio de 2005

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AUTOMOBILISMO

Americana torna-se a primeira mulher a liderar as 500 Milhas e consegue uma histórica quarta posição

Danica fica sem combustível, e inglês vence Indy 500

DA REPORTAGEM LOCAL

Não foi exatamente como ela tinha imaginado. Por pouco. Mas ontem, mesmo que decepcionada com o quarto lugar, Danica Patrick, 23, entrou para a história das 500 Milhas de Indianápolis.
Quarta mulher a conseguir se classificar para a tradicional corrida, a piloto da Rahal tornou-se a primeira a liderar uma das 89 edições já disputadas (foram 19 voltas). Mais. Além de ter conseguido a melhor posição de largada de uma mulher -quarto-, Danica foi também a mais bem colocada. Antes dela, Janet Guthrie, em 1978 havia terminado em nono lugar.
A americana foi também a primeira a completar 200 voltas (cerca de 804 km) em Indianápolis.
Ofuscado pela piloto que desde os primeiros treinos vem roubando a cena não só pela aparência como pela habilidade, Dan Wheldon foi o vencedor, na prova que terminou sob bandeira amarela.
O piloto da Andretti-Green encerrou um jejum de 39 anos sem vitórias de ingleses na prova. Antes dele, apenas dois compatriotas haviam ganhado: Graham Hill (em 66) e George Robson (em 46).
O brasileiro Vitor Meira, companheiro de equipe de Danica, e Bryan Herta, parceiro de Wheldon, completaram o pódio.
Tony Kanaan, que largou na pole, foi o oitavo, seguido por Hélio Castro Neves. Felipe Giaffone, que saiu em 33º e último, foi o 15º.
Bruno Junqueira, que sofreu um forte acidente, fraturou uma das vértebras e será operado hoje.
Se Junqueira teve sorte no acidente, o mesmo não pode se dizer de Danica. Fazendo uma corrida cautelosa, ela caiu para sexto logo após a largada, mas manteve-se sempre no pelotão da frente. Em um de seus pits teve problemas no motor, se atrasou e caiu para 16º.
Nada que abalasse sua confiança. A piloto começou então a recuperar posições. Quando estava em sétimo, envolveu se num acidente com Tomas Scheckter e Tomas Enge. Perdeu o controle do carro, retomou, mas não evitou que o bico ficasse avariado -teve que fazer uma parada a mais.
A 21 voltas da bandeirada, Danica assumiu a liderança, pela segunda vez no dia. Ela chegou a abrir boa vantagem para Wheldon, mas como precisava poupar combustível perdeu velocidade e foi ultrapassada no mesmo instante em que um acidente obrigava uma bandeira amarela.
Na relargada, Danica tomou a dianteira. A dez voltas do fim, ela perdeu o primeiro posto. E, sete voltas depois, quase sem combustível, caiu para a quarta posição.
"Por um segundo achei que fosse ganhar. Acho que mostrei que era uma novata em algumas coisas, mas estou orgulhosa", disse.
Beijo, ontem, só o de seu noivo, Paul. O que queria dar no troféu Borg-Warner terá que esperar.

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