São Paulo, domingo, 30 de maio de 2010 |
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Copa cria tribunais para punir rápido
Meta é julgar em no máximo sete dias quem cometer
infração que prejudique o bom andamento do Mundial
FÁBIO ZANINI DE JOHANNESBURGO A organização da Copa-10 decidiu adotar linha-dura contra hooligans (torcedores violentos), cambistas e vendedores que burlarem as rígidas regras de proteção a patrocinadores do evento. Todos estarão sujeitos a julgamentos sumários, por cortes especialmente estabelecidas pelo governo sul-africano a pedido da Fifa, a entidade máxima do futebol. Serão 56 desses tribunais especiais na África do Sul, funcionando a partir desta semana até o final do Mundial, cuja partida decisiva será no dia 11 de julho. Cada um terá dois juízes, com a missão de lidar de maneira rápida com infrações diretamente relacionadas com o evento. Ficarão em salas especiais de fóruns e tribunais já existentes. "É uma experiência nova, que queremos ver replicada em Copas futuras", diz Tlali Tlali, porta-voz do Ministério da Justiça sul-africano. A ideia das cortes especiais, segundo o governo, tem dois objetivos: desafogar as cortes tradicionais, já atoladas com os grandes índices de violência no país, e agilizar a resolução de casos. No Brasil, desde 2005, alguns estádios contam com a atuação do Jecrim (Juizado Especial Criminal), que tem como meta acelerar a resolução de uma infração ocorrida perto ou dentro da arena. "Muitos dos responsáveis ou vítimas de crimes deverão ser pessoas que vieram de fora para a Copa. No sistema tradicional, esses visitantes já estariam de volta a seus países quando a fase processual começasse", fala Tlali. Não há limite de tempo estabelecido para a resolução de casos, mas a expectativa é que a sentença saia em menos de uma semana. Crimes mais sérios como assassinato ou estupro, se tiverem conexão com a Copa, também poderão ser submetidos às cortes especiais, embora nesses casos a sentença deva demorar mais para sair. O governo tem a expectativa de que a maioria dos problemas seja relacionada a danos físicos a propriedades, causados sobretudo por torcedores que se embebedem e se tornem violentos. Nesses casos, a resposta deverá ser a cobrança de indenização, prisão e deportação, no caso de estrangeiros. Mas o comitê organizador da Copa também está preparado para diversos casos de "pirataria". Segundo as regras da Fifa, apenas patrocinadores do evento poderão vender e anunciar seus produtos numa zona de exclusão de 1 km de raio perto de estádios e Fan Parks (parques com telões). A medida revoltou organizações de vendedores de rua que há anos trabalham perto dos estádios. A zona em torno de Ellis Park, localizado no centro de Johannesburgo, é a que mais afetará esses ambulantes. Muitos prometem desafiar a proibição. Texto Anterior: Castro Neves tenta igualar "deuses" em Indianápolis Próximo Texto: Linha-dura na Copa Índice |
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