São Paulo, segunda-feira, 30 de maio de 2011

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Ética de resultados

Fifa inocenta Blatter , suspende seu opositor e confirma, assim, reeleição de suíço na presidência

DE SÃO PAULO

A denúncia de corrupção na disputa pelo poder na Fifa teve só um resultado: confirmar a reeleição do suíço Joseph Blatter na presidência.
Acusado de comprar votos para o pleito da entidade, Mohamed Bin Hammam renunciou oficialmente ontem pela manhã à candidatura.
O qatariano já sabia que deveria ser afastado da disputa. Pouco depois, o Comitê de Ética da Fifa suspendeu ele e Jack Warner, de Trinidad e Tobago, das suas funções no Comitê-Executivo enquanto prometia "investigação completa" do caso.
Blatter, por sua vez, foi inocentado da acusação de saber dos subornos e nada fazer. Ou seja, será candidato único na quarta e confirmado até 2015 na entidade.
O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, rechaçou qualquer adiamento do pleito e se disse feliz com a futura reeleição do chefe. Sua posição de minimizar os efeitos do caso de corrupção na eleição foi similar à do Comitê de Ética. Isso apesar das evidências envolvidas no caso.
Há testemunhos juramentados, e-mails e mensagens de celular que mostram que Warner deu pacotes de US$ 40 mil (R$ 64 mil) a 25 membros de federações caribenhas, durante uma reunião em Trinidad e Tobago.
Disse que eram presentes em nome de Bin Hammam, segundo mostrou investigação independente da Concacaf (Confederação América do Norte e Caribe).
Blatter reconheceu ter sido avisado por Warner de que seria dado o dinheiro, mas alegou ter recomendado que os pagamentos fossem evitados. "Então, ele não tinha evidência do que ocorreu", disse Petrus Damaseb, presidente do Comitê de Ética.
Quanto a Bin Hammam e Warner, que foram fortes aliados de Blatter em sua primeira eleição, estão suspensos e terão o futuro definido em julho. "Não estamos preocupados em estabelecer a inocência ou a culpa dos acusados, mas em saber se houve violação do código de ética", disse Damaseb.
Suspenso, Warner, que, além de vice da Fifa, preside a Concacaf, contra-atacou. Disse que sua confederação recebera um "presente" de US$ 1 milhão de Blatter.
E Bin Hammam atacou Valcke. "Achava que o Comitê de Ética era independente, mas depois da entrevista ficou clara a influência do secretário-geral [Valcke]."
Foi o qatariano que levou para seu país a Copa de 2022. Apesar de sua suspensão, a Fifa não cogitou tirar do país asiático o direito de ser sede.


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