São Paulo, sábado, 30 de maio de 1998

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FUTEBOL
Em pesquisa Datafolha, o meia titular da seleção amanhã recebe a pior nota entre os preferidos de Zagallo
Paulistanos reprovam "era Doriva"

da Reportagem Local

A confirmação de uma "era Doriva" na seleção durante a próxima Copa vai encontrar um elemento essencial que marcou sua antecessora "era Dunga": a impopularidade.
O volante do Porto obteve a pior nota de todas (6,2) quando o Datafolha perguntou a 603 paulistanos qual seria a avaliação individual dos 22 jogadores convocados pelo técnico Mario Jorge Zagallo.
Doriva também ficou em último se forem incluídos na lista os que foram cortados (Márcio Santos e Flávio Conceição) e os que estavam cotados (Juninho, Zé Elias, Raí, Cléber, Zinho, Zé Maria e Marcos Assunção).
Apenas se iguala a ele o zagueiro André Cruz, que ficou afastado dos campos durante três meses, devido a uma operação de hérnia de disco, e foi convocado às pressas por Zagallo para substituir Márcio Santos, machucado.
Confirmado para enfrentar amanhã o Athletic Bilbao, às 15h, Doriva terá a responsabilidade de substituir o contundido Dunga, que ficou em terceiro entre os mais populares na pesquisa.
Com 7,9 como nota, Dunga só perde para o atacante Ronaldinho e o lateral-esquerdo Roberto Carlos, que, coincidentemente, foram escolhidos os dois melhores jogadores do mundo em eleição feita pela Fifa, entidade que controla o futebol no mundo.
Mas as coisas não foram sempre assim com Dunga. Na Copa de 1990, o Brasil de Sebastião Lazaroni caiu diante da Argentina nas oitavas-de-final, e as obsessões táticas do técnico acabaram batizadas como "era Dunga".
Irritado por ter personificado uma época ruim da seleção, Dunga vingou-se levantando a taça do tetracampeonato na Copa de 1994.
Hoje elevado à posição de "líder" do grupo, Dunga parece ter passado a Doriva a pecha de ser o mais impopular da seleção.
Contribuem para isso ser um jogador de destruição, estar jogando em Portugal e ter saído do São Paulo há quatro anos.
Dorival Guidoni Júnior, 26, nasceu em Nhandeara, interior paulista. Jogou no São Paulo (1991, 1992 e 1994), no Anapolina (1992), no Goiás (1993), Atlético-MG (1996 e 1997) e está no Porto.
Conquistou títulos importantes pelo São Paulo, Atlético-MG e Porto, mas, na opinião do público, isso pouco importa.
A pesquisa, na verdade, revela mais sobre quem vota do que sobre quem é votado.
Um exemplo: as mulheres entrevistadas foram mais generosas nas notas do que os homens.
Elas deram notas superiores às dos homens para 20 jogadores de Zagallo (Denílson teve nota inferior, e Rivaldo, notas iguais).
As maiores diferenças (1,8 ponto) entre os votantes dos dois sexos foram em relação às notas de Bebeto e de Taffarel.
Os entrevistados com mais de 41 anos foram os mais críticos em relação aos preferidos de Zagallo.
Eles deram notas 7,4 e 6,9 para, respectivamente, Edmundo e Júnior Baiano, enquanto os entrevistados com idade entre 18 e 25 anos deram notas 8 e 7,4 para dois atletas conhecidos pela violência.



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