São Paulo, sábado, 30 de maio de 1998

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FUTEBOL
Cruzeiro e Palmeiras disputam final do torneio hoje em São Paulo; paulistas precisam de vitória por dois gols
Faltas podem decidir Copa do Brasil

LUIZ CESAR PIMENTEL
PAULO COBOS
da Reportagem Local

Se depender do retrospecto recente dos principais torneios brasileiros, a final da Copa do Brasil, hoje, às 16h, entre Palmeiras e Cruzeiro, no Morumbi, pode ser decidida nas faltas.
A Folha realizou levantamento de números contabilizados pelo Datafolha de 17 decisões de torneios nos anos 90, entre Campeonatos Brasileiros, Paulistas e Torneios Rio-São Paulo.
Dessas, ficaram com o título 12 times (70,5%) que pararam mais o jogo por meio de faltas.
Um exemplo típico dessa tendência é a recente decisão do Campeonato Paulista. Na primeira partida -vitória do Corinthians por 2 a 1-, o time de Wanderley Luxemburgo cometeu 27 faltas contra 17 do São Paulo.
Na segunda partida, quando o São Paulo ficou com o título com vitória por 3 a 1, o time de Nelsinho Batista contabilizou 31 faltas contra 19 do rival.
Na final do Torneio Rio-São Paulo deste ano, entre Botafogo e São Paulo, o prejudicado acabou sendo o time de Nelsinho. No segundo jogo, no Rio, quando precisava do empate, a equipe carioca alcançou o resultado necessário cometendo 30 faltas contra 26.
Prática que serviu para outro empate (1 a 1) que garantiu conquista à equipe, em 95, contra o Santos na final do Brasileiro -o time que, à época, contava com Túlio fez 34 faltas contra 23 dos santistas.
"Se esta é uma tendência do futebol, o Cruzeiro está bem qualificado, pois é um time de muita pegada e que rouba muito a bola", analisa o técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari.
Na primeira partida da decisão, terça-feira passada, em Belo Horizonte, o Cruzeiro, ao vencer por 1 a 0, cometeu 22 faltas contra 16 palmeirenses.
Com o placar, o Palmeiras precisa vencer por dois gols de diferença para garantir o título. Se vencer por 1 a 0, a decisão vai para os pênaltis. Empate, ou mesmo derrota por um gol, desde que marque também, servem à equipe mineira.
Para tentar reverter o placar da decisão, o técnico palmeirense deve promover três alterações.
Neném deve ser o substituto de Arce na lateral direita, já que o titular está servindo a seleção paraguaia que disputará a Copa-98.
Na zaga, o técnico afirmou que optou pelo retorno de Roque Júnior, após cumprir suspensão, no lugar de Agnaldo.
E no meio-campo, Luiz Felipe Scolari deve optar por Alex no lugar de Darci.
O técnico palmeirense, porém, afirma que a escalação só será anunciada pouco antes do jogo.
"Não é que eu esteja querendo fazer mistério. Anunciar a escalação pouco antes do jogo é algo que eu sempre fiz", argumenta.
Com Alex no lugar de Zinho, o treinador ganha uma opção melhor para ligação do meio-campo com o ataque, o que representa uma arma para romper o bloqueio que o técnico espera encontrar no adversário, além de uma boa opção para as bolas paradas.
Cobranças de falta que, aliás, representam a maior preocupação palmeirense em relação ao rival.
Segundo o atacante Paulo Nunes, no primeiro jogo o time atentou para esse tipo de jogada, mas acabou perdendo por desatenção.
"A gente treinou bastante para evitar essas jogadas de bola parada deles, mas acabamos tomando um gol por desatenção. E decisão, você perde em um detalhezinho", afirma o atleta.
A desatenção apontada por Paulo Nunes refere-se ao gol sofrido, no qual o atacante Marcelo recuperou uma bola na linha de fundo, quase sem cobertura, pois os palmeirenses já davam como bola perdida, e cruzou para o atacante Fábio Júnior, livre, cabecear.
"E na Copa do Brasil até que a defesa está indo bem. No Campeonato Paulista é que foi um pouco mais problemático. O que não pode é vacilar", receita o atacante.
O atacante aponta, ainda o fato de a partida estar marcada para o Morumbi como um fato que pode pesar a favor do Palmeiras.
"Como o Morumbi é grande, fica mais difícil para eles armarem um esquema muito fechado e mais fácil para nós atacarmos", diz.
O atacante, que já foi campeão do torneio no ano passado e vice em 95 -jogava no Grêmio nas duas oportunidades-, mostra-se otimista em relação à disposição dos jogadores.
"Eu sinto o pessoal bem leve. Mas não pode acontecer como contra o São Paulo, quando a gente precisava da vitória, foi para cima com tudo, e acabou perdendo", diz, referindo-se à derrota na semifinal do Paulista por 3 a 1.

NA TV - Globo, SBT e ESPN Brasil, ao vivo, às 16h



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