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FUTEBOL
Cruzeiro e Palmeiras disputam final do torneio hoje em São Paulo; paulistas precisam de vitória por dois gols
Faltas podem decidir Copa do Brasil
LUIZ CESAR PIMENTEL
PAULO COBOS
da Reportagem Local
Se depender do retrospecto recente dos principais torneios brasileiros, a final da Copa do Brasil,
hoje, às 16h, entre Palmeiras e
Cruzeiro, no Morumbi, pode ser
decidida nas faltas.
A Folha realizou levantamento
de números contabilizados pelo
Datafolha de 17 decisões de torneios nos anos 90, entre Campeonatos Brasileiros, Paulistas e Torneios Rio-São Paulo.
Dessas, ficaram com o título 12
times (70,5%) que pararam mais o
jogo por meio de faltas.
Um exemplo típico dessa tendência é a recente decisão do Campeonato Paulista. Na primeira
partida -vitória do Corinthians
por 2 a 1-, o time de Wanderley
Luxemburgo cometeu 27 faltas
contra 17 do São Paulo.
Na segunda partida, quando o
São Paulo ficou com o título com
vitória por 3 a 1, o time de Nelsinho Batista contabilizou 31 faltas
contra 19 do rival.
Na final do Torneio Rio-São
Paulo deste ano, entre Botafogo e
São Paulo, o prejudicado acabou
sendo o time de Nelsinho. No segundo jogo, no Rio, quando precisava do empate, a equipe carioca
alcançou o resultado necessário
cometendo 30 faltas contra 26.
Prática que serviu para outro
empate (1 a 1) que garantiu conquista à equipe, em 95, contra o
Santos na final do Brasileiro -o
time que, à época, contava com
Túlio fez 34 faltas contra 23 dos
santistas.
"Se esta é uma tendência do futebol, o Cruzeiro está bem qualificado, pois é um time de muita pegada e que rouba muito a bola",
analisa o técnico do Palmeiras,
Luiz Felipe Scolari.
Na primeira partida da decisão,
terça-feira passada, em Belo Horizonte, o Cruzeiro, ao vencer por 1
a 0, cometeu 22 faltas contra 16
palmeirenses.
Com o placar, o Palmeiras precisa vencer por dois gols de diferença para garantir o título. Se vencer
por 1 a 0, a decisão vai para os pênaltis. Empate, ou mesmo derrota
por um gol, desde que marque
também, servem à equipe mineira.
Para tentar reverter o placar da
decisão, o técnico palmeirense deve promover três alterações.
Neném deve ser o substituto de
Arce na lateral direita, já que o titular está servindo a seleção paraguaia que disputará a Copa-98.
Na zaga, o técnico afirmou que
optou pelo retorno de Roque Júnior, após cumprir suspensão, no
lugar de Agnaldo.
E no meio-campo, Luiz Felipe
Scolari deve optar por Alex no lugar de Darci.
O técnico palmeirense, porém,
afirma que a escalação só será
anunciada pouco antes do jogo.
"Não é que eu esteja querendo
fazer mistério. Anunciar a escalação pouco antes do jogo é algo que
eu sempre fiz", argumenta.
Com Alex no lugar de Zinho, o
treinador ganha uma opção melhor para ligação do meio-campo
com o ataque, o que representa
uma arma para romper o bloqueio
que o técnico espera encontrar no
adversário, além de uma boa opção para as bolas paradas.
Cobranças de falta que, aliás, representam a maior preocupação
palmeirense em relação ao rival.
Segundo o atacante Paulo Nunes, no primeiro jogo o time atentou para esse tipo de jogada, mas
acabou perdendo por desatenção.
"A gente treinou bastante para
evitar essas jogadas de bola parada
deles, mas acabamos tomando um
gol por desatenção. E decisão, você perde em um detalhezinho",
afirma o atleta.
A desatenção apontada por Paulo Nunes refere-se ao gol sofrido,
no qual o atacante Marcelo recuperou uma bola na linha de fundo,
quase sem cobertura, pois os palmeirenses já davam como bola
perdida, e cruzou para o atacante
Fábio Júnior, livre, cabecear.
"E na Copa do Brasil até que a
defesa está indo bem. No Campeonato Paulista é que foi um pouco
mais problemático. O que não pode é vacilar", receita o atacante.
O atacante aponta, ainda o fato
de a partida estar marcada para o
Morumbi como um fato que pode
pesar a favor do Palmeiras.
"Como o Morumbi é grande, fica mais difícil para eles armarem
um esquema muito fechado e mais
fácil para nós atacarmos", diz.
O atacante, que já foi campeão
do torneio no ano passado e vice
em 95 -jogava no Grêmio nas
duas oportunidades-, mostra-se
otimista em relação à disposição
dos jogadores.
"Eu sinto o pessoal bem leve.
Mas não pode acontecer como
contra o São Paulo, quando a gente precisava da vitória, foi para cima com tudo, e acabou perdendo", diz, referindo-se à derrota na
semifinal do Paulista por 3 a 1.
NA TV - Globo, SBT e ESPN Brasil,
ao vivo, às 16h
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