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Cruzeirense evita "já ganhou'
CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O lateral Gustavo, do Cruzeiro,
vive hoje uma situação inversa e,
ao mesmo tempo, semelhante à
que viveu em 1996, quando jogava
pelo Palmeiras.
Tanto há dois anos quanto agora
ele vai para o segundo jogo da decisão da Copa do Brasil em São
Paulo com a vantagem, só que defendendo times opostos.
Em 1996, era o Palmeiras; agora,
é o time mineiro.
"Espero não morrer na praia de
novo. Naquela época, ficamos
chateados. Todo mundo sabe que
o sonho do Palmeiras é chegar à
Taça Libertadores da América",
disse o lateral.
Comparando o clima do Palmeiras de 1996 e o do Cruzeiro de hoje,
Gustavo diz que o time mineiro
tem feito tudo para não cair no
mesmo erro do "já ganhou" que
tomou conta do clube paulista naquela ocasião.
Ele lembra que, em 1996, o Palmeiras tinha feito mais de cem
gols -102 apenas no Campeonato
Paulista- e conseguiu arrancar o
empate de 1 a 1 no Mineirão.
Para o segundo jogo, muitas estrelas voltaram ao time, e Gustavo,
que jogou a primeira partida desde
o início, assistiu à derrota palmeirense no banco.
"Isso mostra que desfalques
nem sempre significam uma vantagem para o adversário, porque
os jogadores considerados reservas podem jogar melhor que os titulares", afirmou.
Gustavo disse que o técnico Levir Culpi tem chamado a atenção
de todos os jogadores cruzeirenses
para manterem a concentração no
jogo, "porque qualquer erro poderá ser fatal".
O meia-atacante Elivélton, que
também estava no Palmeiras há
dois anos, diz que não gosta de
comparar o passado com o presente. "Os jogadores mudaram,
nós disputamos a Taça Libertadores. Agora, vamos jogar de novo",
disse.
Para a partida de hoje, Elivélton
deverá ser o substituto do autor do
gol da vitória na primeira partida,
Fábio Júnior, que levou o terceiro
cartão amarelo.
Quanto às alterações no rival,
que deve substituir três jogadores,
o técnico cruzeirense aponta uma
em especial.
"A ausência do Arce diminui a
força do Palmeiras nas bolas paradas. Ele batia todas as cobranças",
afirma Levir Culpi, sobre o lateral-direito que se apresentou à seleção paraguaia para a disputa da
Copa da França.
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