São Paulo, sábado, 30 de maio de 1998

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Cruzeirense evita "já ganhou'

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O lateral Gustavo, do Cruzeiro, vive hoje uma situação inversa e, ao mesmo tempo, semelhante à que viveu em 1996, quando jogava pelo Palmeiras.
Tanto há dois anos quanto agora ele vai para o segundo jogo da decisão da Copa do Brasil em São Paulo com a vantagem, só que defendendo times opostos.
Em 1996, era o Palmeiras; agora, é o time mineiro.
"Espero não morrer na praia de novo. Naquela época, ficamos chateados. Todo mundo sabe que o sonho do Palmeiras é chegar à Taça Libertadores da América", disse o lateral.
Comparando o clima do Palmeiras de 1996 e o do Cruzeiro de hoje, Gustavo diz que o time mineiro tem feito tudo para não cair no mesmo erro do "já ganhou" que tomou conta do clube paulista naquela ocasião.
Ele lembra que, em 1996, o Palmeiras tinha feito mais de cem gols -102 apenas no Campeonato Paulista- e conseguiu arrancar o empate de 1 a 1 no Mineirão.
Para o segundo jogo, muitas estrelas voltaram ao time, e Gustavo, que jogou a primeira partida desde o início, assistiu à derrota palmeirense no banco.
"Isso mostra que desfalques nem sempre significam uma vantagem para o adversário, porque os jogadores considerados reservas podem jogar melhor que os titulares", afirmou.
Gustavo disse que o técnico Levir Culpi tem chamado a atenção de todos os jogadores cruzeirenses para manterem a concentração no jogo, "porque qualquer erro poderá ser fatal".
O meia-atacante Elivélton, que também estava no Palmeiras há dois anos, diz que não gosta de comparar o passado com o presente. "Os jogadores mudaram, nós disputamos a Taça Libertadores. Agora, vamos jogar de novo", disse.
Para a partida de hoje, Elivélton deverá ser o substituto do autor do gol da vitória na primeira partida, Fábio Júnior, que levou o terceiro cartão amarelo.
Quanto às alterações no rival, que deve substituir três jogadores, o técnico cruzeirense aponta uma em especial.
"A ausência do Arce diminui a força do Palmeiras nas bolas paradas. Ele batia todas as cobranças", afirma Levir Culpi, sobre o lateral-direito que se apresentou à seleção paraguaia para a disputa da Copa da França.



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