São Paulo, domingo, 30 de maio de 1999

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OLIMPÍADA
Sydney-2000 dá início hoje à venda de entradas
Nacionalismo marca ingressos dos Jogos

da Reportagem Local

Começa hoje a venda de ingressos para os Jogos Olímpicos do ano que vem, em Sydney, Austrália. Por enquanto, apenas os australianos podem comprar as entradas -no Brasil, as vendas devem começar só em setembro.
Sydney-2000 é a Olimpíada com maior número relativo de ingressos per capita para o país-sede em todos os tempos.
Do total de aproximadamente 9,6 milhões de ingressos, 5 milhões serão vendidos diretamente à população australiana.
Isso significa que haverá quase uma entrada para cada quatro australianos. Nos Jogos de Atlanta, em 96, a relação era de um ingresso por 37 norte-americanos.
Mesmo assim, o número de ingressos em poder dos anfitriões deverá ser ainda maior.
Segundo cálculos do Socog (o comitê organizador da Olimpíada), cerca de 75% dos ingressos deverão acabar em mãos de australianos, devido às parcelas destinadas a clubes e patrocinadores.
As entradas serão vendidas por meio de oferta pública em jornais da rede News Limited, do magnata da mídia Rupert Murdoch.
Quem quiser assistir aos Jogos deverá responder aos formulários que começam a ser publicados hoje nos jornais da rede.
Nos casos em que a demanda for maior do que a oferta -o que deverá acontecer, por exemplo, nas cerimônias de abertura e encerramento- os interessados terão de participar de um sorteio feito por computador.
Até setembro, o comitê organizador dos Jogos irá informar as pessoas sobre os ingressos que tiverem conseguido.
O preço dos ingressos é a base da propaganda do Socog, que divulga a Olimpíada como um evento acessível à maioria dos australianos.
A entrada mais barata custa pouco mais de US$ 12 (a mais cara, US$ 900). Os US$ 12 do ingresso mais barato dos Jogos equivalem ao preço de uma cadeira coberta em um clássico do Campeonato Paulista. A renda per capita australiana (cerca de US$ 18 mil) é mais de três vezes maior que a brasileira.
Do total de ingressos à venda para os australianos, 70% custarão menos que o equivalente a US$ 36.
As entradas dão direito a trânsito livre, no dia do evento, no sistema de transporte montado para os Jogos Olímpicos.
Aos não-australianos, foi reservada uma cota de entradas proporcional ao tamanho da delegação.
A venda em todo o planeta não terá, a princípio, interferência do comitê organizador.
Cada país indicará uma agência oficial para centralizar a venda de ingressos em seu território.
O Brasil deverá receber cerca de 18 mil ingressos (desses, 70% devem ser vendidos ao público). Mas o país não deverá conseguir exatamente o que requisitou.
A agência oficial do Brasil, a Tamoio Internacional, diz que, para a cerimônia de abertura, por exemplo, foram pedidos mais ingressos dos tipo B e C. Mas deverá ficar com uma cota maior de entradas do tipo A -as mais caras.
A Tamoio reclama também do monopólio dos hotéis do Socog. "O comitê reservou 80% dos hotéis até uma hora fora de Sydney", afirmou a dona da Tamoio, Maria Cristina Lowndes.



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