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Seleção faz 4 a 1 em rival, leva o título da Copa das Confederações e mostra que esquema é viável
Quarteto acerta o passo, repica a Argentina e samba no pódio
FÁBIO VICTOR
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS A FRANKFURT
Ganhar da Argentina foi só a cereja no bolo da seleção. Ao impor
4 a 1 sobre sua maior rival, ontem,
em Frankfurt, na final da Copa
das Confederações, o Brasil fez
muito mais que vingar os 3 a 1 sofridos em Buenos Aires há três semanas, pelas eliminatórias.
Provou que é possível ser ofensivo e eficiente ao mesmo tempo,
a maior desconfiança do técnico
Carlos Alberto Parreira.
O técnico que conduziu a seleção ao título mundial de 1994
manteve durante toda a competição alemã uma formação ousada,
ancorada no quarteto ofensivo integrado por Kaká, Ronaldinho,
Robinho e Adriano -Ronaldo
foi poupado da competição.
E ontem, como em quase todo o
torneio, os quatro não decepcionaram. Ao contrário, conduziram
o time nacional ao placar mais dilatado sobre os argentinos desde
1968 -quando, no Maracanã, bateu seu maior adversário pelo
mesmo placar de ontem.
Adriano, artilheiro do campeonato e eleito o melhor da competição, fez dois gols. Kaká marcou
um, e Ronaldinho, o primeiro jogador de frente brasileiro a levantar como capitão do time a taça de
uma competição Fifa, outro.
Robinho, o menos brilhante dos
quatro ontem, passou em branco
naquele que pode ter sido o seu
último jogo na seleção como jogador do Santos, já que deve ir para
o Real Madrid -mesmo assim,
fez alguns lances de efeito e mandou uma bola no travessão.
O placar não traduziu a quase
irretocável atuação da seleção ontem. O time verde-amarelo, que
dominou do início ao final a partida, desperdiçou inúmeras outras
boas oportunidades.
Além dos integrantes do quarteto, Cicinho também esteve numa
jornada inspirada, iniciando as
jogadas dos quatro gols. Outro
destaque foi o zagueiro Lúcio.
Os brasileiros festejaram a vitória com uma roda de samba no
gramado e no pódio, tocando eles
próprios os instrumentos, uma
cena inédita em torneio da Fifa
-normalmente, há uma formalidade nas premiações. Também
deram peixinhos no campo e, como haviam feito na conquista do
pentacampeonato há três anos,
ajoelharam em círculo e rezaram.
Após o jogo, os atletas passaram
rapidamente pela zona mista,
área reservada às entrevistas, sem
falar com ninguém. Como já
ocorrera no título da Copa Coréia/Japão, em 2002, saíram batucando, cantando e sambando.
O início da partida, disputada
sob um temporal contido apenas
parcialmente pelo teto retrátil do
Waldstadion, foi quase um negativo dos 3 a 1 de Buenos Aires. Da
mesma forma, uma equipe fulminou a outra logo nos instantes iniciais, só que desta vez a vítima foi
a Argentina. Adriano e Kaká fizeram 2 a 0 em 16 minutos.
Foi a primeira decisão entre os
arqui-rivais num torneio adulto
da Fifa. Com a vitória, o Brasil alcançou sua primeira conquista
oficial na Europa desde 1958,
quando obteve na Suécia a sua
primeira Copa do Mundo.
A Argentina continua sem jamais ter ganho nada no velho
continente em equipes principais
-o arqui-rival está ainda há mais
de uma década na ""fila" em competições oficiais adultas.
Foi o segundo título da seleção
brasileira na Copa das Confederações (o primeiro fora em 1997, na
Arábia Saudita, primeira edição
com a chancela da Fifa). Os brasileiros se igualaram aos franceses
como maiores vencedores da Copa das Confederações -desde
1999 o Brasil não chegava à final.
O Brasil só volta a campo em
agosto, para um amistoso contra
a Croácia. Pelas eliminatórias, em
que precisa de apenas um ponto
nos três jogos restantes para garantir vaga na Copa-2006 (também acontecerá em território alemão), tem compromisso agendado para setembro, contra o Chile,
possivelmente em Brasília.
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