São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 2005

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FUTEBOL

São-paulino inicia jogadas dos quatro gols e pinta como reserva de Cafu

"Avenida Cicinho" constrói vitória e espaço no Mundial

DOS ENVIADOS A FRANKFURT

O lado direito do time brasileiro e o lado esquerdo da seleção argentina, assim como a vaga de reserva de Cafu na Copa, foram muito bem pavimentados ontem por Cicinho. O lateral-direito são-paulino fez uma excelente partida diante da Argentina e teve participação decisiva nos quatro gols do time de Carlos Alberto Parreira.
Quando a Argentina ainda se apresentava a Cicinho, ele serviu Adriano, que anotou com uma bomba o gol que abriu o placar.
Pouco depois, inverteu bem a jogada, que acabou no gol de Kaká. Apesar de Parreira manter sua linha de quatro defensores, Cicinho recebeu muitas bolas quase na linha de meio de campo e foi fundamental para surpreender o rival, bastante concentrado em neutralizar o ""quarteto mágico" -se em Buenos Aires o Brasil teve que correr atrás de um 0 a 2 muito cedo, agora era a vez de o rival sofrer com placar adverso.
No início do segundo tempo, a vitória foi praticamente definida quando Cicinho arrancou, no seu melhor estilo, driblou o marcador e cruzou na medida para Ronaldinho fazer 3 a 0. Na comemoração, o melhor jogador do mundo correu para agradecer o companheiro que ainda atua no Brasil.
No quarto gol, Cicinho não precisou ir até a linha de fundo para cruzar na medida para Adriano tocar de cabeça para o gol.
Foram duas assistências (com três no torneio, iguala-se a Robinho como o atleta que mais deu passes que resultaram em gol), mas não ficou só nisso. Segundo o Datafolha, ele desarmou tanto quanto o lateral-esquerdo Gilberto (12 vezes) -o Brasil fez ontem 152 desarmes, seu recorde na competição. Cicinho foi acionado 22 vezes na partida e só uma vez perdeu a bola -uma eficiência tão boa que, dos jogos em que começou como titular, o de ontem foi o que ele menos recebeu bolas.
O lateral, que já despertou interesse do Betis e do Porto, efetuou três cruzamentos e só driblou menos que Robinho e Ronaldinho -foram cinco fintas. Parreira, que retardou a chegada de Cicinho à seleção apesar dos pedidos de torcedores, sacou o jogador no fim. Ele atuou por 86 minutos e saiu sem comprometer defensivamente -o gol de Aimar surgiu em lance pela esquerda da defesa.
Cicinho começou sem confiança a competição e fez sua atuação mais fraca contra o México, quando o Brasil perdeu e pelo menos dois lances importantes do ataque adversário aconteceram nas costas do são-paulino. Parreira o deixou na reserva na semifinal contra a Alemanha, mas ele entrou na segunda etapa e impôs seu ritmo forte, e a seleção assegurou sua passagem para a final de ontem.
Maicon, chamado para a Copa das Confederações na vaga de Belletti, contundido, não convenceu quando esteve em campo, o que reforça a condição de Cicinho de favorito à reserva do capitão Cafu.
Parreira aproveitou o torneio para ""descobrir" os suplentes de Cafu e Roberto Carlos, poupados. Na esquerda, Gilberto também cavou seu espaço, uma vez que Léo não foi muito aproveitado.
A lateral direita tem sido nos últimos anos a posição mais carente da seleção. Belletti se firmou como reserva, mas nunca empolgou os torcedores. Já foi suplente na Copa-2002. Aliás, o São Paulo tem fornecido jogadores para a lateral direita do Brasil nas últimas Copas. Foi assim com Cafu, Zé Carlos, Belletti e, possivelmente, Cicinho. (FÁBIO VICTOR E PAULO COBOS)


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