São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 2005

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FUTEBOL

Atacante da seleção volta ao Brasil para pedir ao presidente do Santos, Marcelo Teixeira, para jogar no Real Madrid

"Chegou o momento de sair", diz Robinho

DOS ENVIADOS A FRANKFURT

DO PAINEL FC

Assim como os demais companheiros, Robinho saiu sambando e não falou com os repórteres na área destinada para a imprensa pela Fifa. Mas em entrevista a televisão e depois à imprensa no hotel onde estava hospedada a seleção falou sobre sua seu futuro enquanto tomava uma coca-cola.
"Há interesse do Real em mim. Há interesse meu também de jogar no Real [Madrid]. Vou falar com o presidente do Santos [Marcelo Teixeira]. Chegou o momento de eu sair. Vou sentir saudades [do Santos]", disse o atacante.
"Dá minha parte está tudo certo. Se Deus quiser espero jogar no Real Madrid", disse o craque de 21 anos, que elencou motivos para seguir esse caminho:
"Vai ser melhor para a minha família, por questão de segurança. E a Espanha também é o lugar ideal para o jogador brasileiro estar. Também ajuda o fato da comissão técnica ser toda brasileira e, claro, o fato de eu já ter trabalhado com o professor [Vanderlei] Luxemburgo [que já dirigiu o Santos e agora comanda o Real]."
Robinho fez questão de frisar, segundo ele, que questão financeira é o que menos importa.
"Tive propostas do Benfica [POR], do PSV [HOL] e da Juventus [ITA] e não quis sair. Agora o presidente vai ter de entender. Ainda sou jogador do Santos FC. É o dinheiro o que menos pesa no meu desejo. Todo mundo sabe o drama que eu passei no passado [sobre o seqüestro da sua mãe]."
O time do litoral paulista segue dizendo que o jogador não está vendido, mas o atacante não levou isso em conta ao falar sobre a sua transferência com os colegas da seleção. A Folha apurou que Robinho disse a atletas e membros da comissão técnica durante sua estadia na Alemanha que ele já é jogador do Real Madrid.
Robinho está disposto a pedir ao Santos para não jogar no domingo, contra o Juventude, pelo Campeonato Brasileiro.
A idéia do jogador, que deve chegar amanhã, é dizer para o técnico Gallo e Teixeira que não tem condições psicológicas de atuar por causa da indefinição sobre sua transferência para a Espanha.
O Real, que ofereceu pelo brasileiro US$ 25 milhões (quase R$ 59 milhões) -metade do valor da multa rescisória do atleta com o Santos- , como revelou a Folha, deu um prazo até a próxima sexta-feira para a negociação ser concluída. Caso contrário, irá anunciar a desistência.
No clube espanhol, até já se fala qual o número na camisa que Robinho vai usar. Como o português Figo está de saída, a 10 é forte candidata a vestir o brasileiro.
A 7, usada por ele no Santos e na seleção, está descartada, já que no clube espanhol é do líder Raúl.
A opção pelo Real Madrid tem vários motivos. Com seu ex-chefe no Santos, Robinho considera que terá menos problemas de adaptações, que vai ser titular e, assim, não correrá o risco de sumir e ficar fora da próxima Copa do Mundo, daqui a um ano.
Ele também gosta da idéia de jogar com Ronaldo e Roberto Carlos, com quem pegou intimidade no convívio na seleção. Robinho chama Ronaldo de "presidente".
Novos e velhos conhecidos aprovam a partida do craque. Pelé, que treinou o então adolescente nas categorias de base do Santos, falou à Agência Estado que a saída de Robinho é inevitável. Carlos Alberto Parreira, técnico da seleção, foi outro que apontou a impossibilidade de o atacante continuar no Brasil. (FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS E RICARDO PERRONE)


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