São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 2005

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FUTEBOL

Antes em dúvida, treinador não vê motivos para abandonar formação, que melhora aproveitamento da seleção

"Quarteto mágico" seduz Parreira e fica

DOS ENVIADOS A FRANKFURT

Os números aprovam, e o técnico Carlos Alberto Parreira vai manter por muito mais tempo o esquema ofensivo que montou para a seleção brasileira.
"Não vejo motivos para mudar", disse o treinador quando questionado se depois do título de ontem iria seguir escalando quatro jogadores ofensivos.
Antes, Parreira se mostrava indeciso e a toda hora dizia que poderia voltar atrás. Agora, já fala até em levar essa tática ao Mundial da Alemanha, em 2006.
"Esse esquema tem tudo para emplacar na Copa do Mundo", disse Parreira, que ontem considerou que os atacantes ajudaram muito na marcação, e por isso o time teve amplo sucesso.
"Os jogadores tiveram liberdade para atacar, mas na hora de defender é preciso que a recomposição seja bem-feita, com os jogadores ocupando os espaços."
Foram sete partidas oficiais em menos de um mês com o "quadrado mágico" formado por Kaká, Ronaldinho, Robinho e Adriano. E o saldo é positivo.
A formação fez a seleção brasileira evoluir na sua média de gols marcados ao mesmo tempo em que a equipe viu seu aproveitamento de pontos melhorar.
Antes das sete partidas de junho (duas pelas eliminatórias e cinco pela Copa das Confederações), o Brasil havia feito 22 jogos oficiais sob o atual comando de Parreira.
Nesses confrontos, balançou as redes 37 vezes, o que dá uma média de 1,68. Nos sete jogos do "quadrado mágico", foram 17 tentos, ou 2,43 por confronto.
E a melhora sensível na artilharia foi acompanhada de uma evolução, mais modesta, na hora de somar pontos. Antes do pesado calendário deste mês, o Brasil de Parreira levava para casa 59% dos pontos que disputou. Nas últimas sete partidas, a performance da equipe subiu para 62%.
A defesa mais vulnerável não foi suficiente para derrubar o desempenho do time. Antes da formação ofensiva, o time sofreu, em média, 0,95 gol por partida oficial. Com os quatro, passou para 1,43.
Parreira, que mais uma vez vestiu o quente agasalho verde que virou seu amuleto, mostrou que mata-mata é com ele mesmo.
Agora, em dez jogos por competições oficiais em que tudo é decidido numa só partida, Parreira acumula nove triunfos. O aproveitamento de 90% é o melhor entre todos os treinadores brasileiros nos últimos 35 anos.
Nunca o técnico montou uma seleção numa competição oficial com tanto sucesso na artilharia. A média de 2,4 gols por jogo na Copa das Confederações bate a de 1,6 da campanha do tetra.
"Tenho que adaptar a seleção aos jogadores que tenho. Em 1994, na Copa, jogamos de acordo com os atletas que tínhamos", disse o treinador, que se mostrava bem mais eufórico do que em outros triunfos do time nacional.
Antes do apito final, Parreira, enquanto os jogadores do banco já pulavam comemorando, ficou impassível na beira do gramado. Mas, quando tudo acabou, abraçou com entusiasmo os colegas da comissão técnica antes de atravessar o campo para cumprimentar José Pekerman, o técnico argentino. (FÁBIO VICTOR E PAULO COBOS)


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