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FUTEBOL
Antes em dúvida, treinador não vê motivos para abandonar formação, que melhora aproveitamento da seleção
"Quarteto mágico" seduz Parreira e fica
DOS ENVIADOS A FRANKFURT
Os números aprovam, e o técnico Carlos Alberto Parreira vai
manter por muito mais tempo o
esquema ofensivo que montou
para a seleção brasileira.
"Não vejo motivos para mudar", disse o treinador quando
questionado se depois do título de
ontem iria seguir escalando quatro jogadores ofensivos.
Antes, Parreira se mostrava indeciso e a toda hora dizia que poderia voltar atrás. Agora, já fala
até em levar essa tática ao Mundial da Alemanha, em 2006.
"Esse esquema tem tudo para
emplacar na Copa do Mundo",
disse Parreira, que ontem considerou que os atacantes ajudaram
muito na marcação, e por isso o time teve amplo sucesso.
"Os jogadores tiveram liberdade para atacar, mas na hora de defender é preciso que a recomposição seja bem-feita, com os jogadores ocupando os espaços."
Foram sete partidas oficiais em
menos de um mês com o "quadrado mágico" formado por Kaká, Ronaldinho, Robinho e Adriano. E o saldo é positivo.
A formação fez a seleção brasileira evoluir na sua média de gols
marcados ao mesmo tempo em
que a equipe viu seu aproveitamento de pontos melhorar.
Antes das sete partidas de junho
(duas pelas eliminatórias e cinco
pela Copa das Confederações), o
Brasil havia feito 22 jogos oficiais
sob o atual comando de Parreira.
Nesses confrontos, balançou as
redes 37 vezes, o que dá uma média de 1,68. Nos sete jogos do
"quadrado mágico", foram 17
tentos, ou 2,43 por confronto.
E a melhora sensível na artilharia foi acompanhada de uma evolução, mais modesta, na hora de
somar pontos. Antes do pesado
calendário deste mês, o Brasil de
Parreira levava para casa 59% dos
pontos que disputou. Nas últimas
sete partidas, a performance da
equipe subiu para 62%.
A defesa mais vulnerável não foi
suficiente para derrubar o desempenho do time. Antes da formação ofensiva, o time sofreu, em
média, 0,95 gol por partida oficial.
Com os quatro, passou para 1,43.
Parreira, que mais uma vez vestiu o quente agasalho verde que
virou seu amuleto, mostrou que
mata-mata é com ele mesmo.
Agora, em dez jogos por competições oficiais em que tudo é decidido numa só partida, Parreira
acumula nove triunfos. O aproveitamento de 90% é o melhor entre todos os treinadores brasileiros nos últimos 35 anos.
Nunca o técnico montou uma
seleção numa competição oficial
com tanto sucesso na artilharia. A
média de 2,4 gols por jogo na Copa das Confederações bate a de 1,6
da campanha do tetra.
"Tenho que adaptar a seleção
aos jogadores que tenho. Em
1994, na Copa, jogamos de acordo
com os atletas que tínhamos",
disse o treinador, que se mostrava
bem mais eufórico do que em outros triunfos do time nacional.
Antes do apito final, Parreira,
enquanto os jogadores do banco
já pulavam comemorando, ficou
impassível na beira do gramado.
Mas, quando tudo acabou, abraçou com entusiasmo os colegas da
comissão técnica antes de atravessar o campo para cumprimentar
José Pekerman, o técnico argentino.
(FÁBIO VICTOR E PAULO COBOS)
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