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Juca Kfouri
Argentina chorará
A música tema de "Evita" e o histórico levam a acreditar
no triunfo alemão
DESÇO AO restaurante do hotel para tomar um café antes
de escrever esta coluna.
Nos seis andares percorridos pelo elevador, minha
cabeça busca uma abertura que não seja pretensiosa para tratar do espetáculo de hoje, entre os anfitriões e os argentinos.
Exatamente por ter
acertado os palpites até
aqui, incluindo a vitória
francesa sobre a Espanha,
em que poucos acreditavam, a coluna não pode
nem deve perder a humildade. Mas, por sorte ou
azar, no restaurante, o que
ouço, pela primeira vez, na
Alemanha? Bela gravação
com piano e violinos do tema de "Evita", "Não chore
por mim, Argentina".
Não posso evitar nem o
trocadilho fácil nem o título da coluna.
Gosto mais do time sul-americano do que do europeu. Além disso, e por
mais que a seleção alemã
seja a melhor surpresa
desta Copa, foram os argentinos os autores do
maior show de bola até
agora. Nem por isso acredito que o resultado seja
outro que não a vitória tedesca. E não me fio só na
tradição de os anfitriões
sempre irem longe em Copas ou na de os argentinos
estarem acostumados a
não se dar bem em solo
europeu -a exceção fica
por conta da Copa de 90,
na Itália, quando foram à
final, contra a mesma Alemanha, e perderam, vítimas de um pênalti inexistente no fim do jogo.
Fio-me muito mais, e tomara que erre, na coesão
adquirida pelo time de
Klinsmann (que de odiado
está virando guru por
aqui) e na transformação
de atletas que eram tidos,
no máximo, como sofríveis, e que viraram heróis,
caso eloqüente, para citar
um, do atacante Klose.
Como José Pekerman
não ousará entrar com um
guerreiro como Tevez e
preferirá Crespo, como
Riquelme não terá tempo
nem para respirar e como
os anfitriões sempre têm
razão em torneios desse
tipo, não vejo outro resultado que não o que leve a
Alemanha às semifinais.
Provavelmente contra a
Itália, prognóstico mais
fácil. Repita-se que a Ucrânia não será zebra, mas
quem sabe como se sair
bem são os italianos, uma
história de glórias contra
um solitário Shevchenko.
blogdojuca@uol.com.br
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