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Thuram reage à xenofobia de líder político de direita
DO ENVIADO A HAMELN
O zagueiro Lilian Thuram
reagiu ontem com dureza e sarcasmo às declarações do líder
da extrema-direita francesa,
Jean-Marie Le Pen, de que as
minorias têm espaço demais na
seleção e os atletas não cantam
o hino francês antes dos jogos.
"Talvez sejamos os que mais
cantam, mas reduzir a questão
a cantar ou não cantar o hino é
estúpido. Eu não sei o que responder, porque não sou negro,
sou francês", disse Thuram,
que é negro, para em seguida
questionar um jornalista: "Você é branco ou é francês?".
A França tem seis jogadores
nascidos em outros países:
Thuram, Chimbonda (ambos
de Guadalupe, nas Antilhas),
Boumsong (Camarões), Makelele (Congo), Malouda (Guiana) e Vieira (Senegal). Os astros
Zidane e Henry têm ascendência estrangeira, argelina e antilhana, respectivamente.
Entre os 23 convocados, há
16 negros ou de pele escura. O
multiculturalismo e a mistura
racial foram as marcas do time
campeão em 1998.
Líder da Frente Nacional, Le
Pen é famoso por suas posições
xenófobas.
"Talvez ele não saiba que
existam franceses negros. Como uma pessoa dessa quer ser
presidente da França?", questionou Thuram, campeão mundial em 98, recordista de atuações pela seleção francesa (118
vezes) e um dos mais engajados
esportistas do país.
"Se vocês encontrarem o sr.
Le Pen por aí, digam-lhe que temos orgulho de sermos franceses. Viva a França! Mas não a
França que ele vê, eu falo da
França verdadeira", afirmou
Thuram ao fim da entrevista.
Deixou a sala aplaudido pelos
jornalistas.0
(FV)
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