São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 2006

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Thuram reage à xenofobia de líder político de direita

DO ENVIADO A HAMELN

O zagueiro Lilian Thuram reagiu ontem com dureza e sarcasmo às declarações do líder da extrema-direita francesa, Jean-Marie Le Pen, de que as minorias têm espaço demais na seleção e os atletas não cantam o hino francês antes dos jogos.
"Talvez sejamos os que mais cantam, mas reduzir a questão a cantar ou não cantar o hino é estúpido. Eu não sei o que responder, porque não sou negro, sou francês", disse Thuram, que é negro, para em seguida questionar um jornalista: "Você é branco ou é francês?".
A França tem seis jogadores nascidos em outros países: Thuram, Chimbonda (ambos de Guadalupe, nas Antilhas), Boumsong (Camarões), Makelele (Congo), Malouda (Guiana) e Vieira (Senegal). Os astros Zidane e Henry têm ascendência estrangeira, argelina e antilhana, respectivamente.
Entre os 23 convocados, há 16 negros ou de pele escura. O multiculturalismo e a mistura racial foram as marcas do time campeão em 1998.
Líder da Frente Nacional, Le Pen é famoso por suas posições xenófobas.
"Talvez ele não saiba que existam franceses negros. Como uma pessoa dessa quer ser presidente da França?", questionou Thuram, campeão mundial em 98, recordista de atuações pela seleção francesa (118 vezes) e um dos mais engajados esportistas do país.
"Se vocês encontrarem o sr. Le Pen por aí, digam-lhe que temos orgulho de sermos franceses. Viva a França! Mas não a França que ele vê, eu falo da França verdadeira", afirmou Thuram ao fim da entrevista. Deixou a sala aplaudido pelos jornalistas.0 (FV)

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