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Honra marca 1º clássico de campeões
Criticados antes do Mundial, técnicos da tricampeã Alemanha e da bicampeã Argentina colocam dignidade em jogo hoje
Treinadores, que apostaram
na renovação de seus times,
vêem agora teste que pode
coroar ou jogar no lixo o
trabalho até este momento
GUILHERME ROSEGUINI
ENVIADO ESPECIAL A HERZOGENAURACH
Nem vaga na semifinal e nem
a possibilidade de deixar o primeiro duelo entre campeões
desta Copa com o moral elevado para disputar o troféu.
O que motiva Alemanha e Argentina a vencer o confronto de
hoje, às 12h (de Brasília), no Estádio Olímpico de Berlim, é a
defesa de conceitos que transformaram elencos duramente
criticados antes do Mundial em
sinônimos de popularidade e
futebol vistoso. Em uma frase:
ganhar é questão de honra.
Os dois técnicos mencionaram dignidade de suas equipes
ao traçarem panoramas sobre o
encontro. "Se nós perdermos, a
discussão vai recomeçar. Não
seria melhor nós termos um
pouco mais de cautela? Primeiro garantir a defesa? Esperar
pelo contra-ataque?", afirmou
o treinador alemão Jürgen
Klinsmann, que ousou garimpar jovens para dar vocação
ofensiva à "Manschaft".
Sua idéia sempre foi ficar no
mínimo entre os quatro primeiros, mas para isso precisará
encerrar um hiato que incômodo. A seleção não bate um campeão mundial desde uma vitória sobre a Inglaterra, em 2000.
De lá para cá, fracassou em
confrontos contra brasileiros,
ingleses, franceses, italianos e
argentinos. Não por acaso, só
10% da população do país acreditava que Klinsmann levaria o
time às semifinais antes da Copa começar. Agora, após quatro
triunfos seguidos na Copa, 87%
acham que o placar de hoje será
favorável aos anfitriões.
"Se não quisermos ficar abaixo de outras forças, temos de
nos unir. Somos tricampeões
do mundo [1954, 1974, 1990] e
precisamos ganhar. Só assim
nosso projeto será tido como
um sucesso", disse Klinsmann.
Seu colega argentino também evocou glórias do passado
para defender a permanência
da seleção celeste no torneio.
José Pekerman lembrou ontem das campanhas vitoriosas
em 1978 e 1986 para afirmar
que o time argentino está motivado a romper a rotina das últimas três Copas do Mundo,
quando o país caiu sempre antes da fase semifinal.
"Em cada um dos jogadores
que estão aqui existe um pouco
de nossa história, de nossos
campeões. Pensamos grande",
afirma o técnico, outro que
trouxe atletas jovens para dar
novos rumos à seleção.
O histórico do confronto serve de incentivo aos argentinos.
Apesar de liderarem a contagem geral na disputa com os
alemães -sete vitórias contra
cinco-, ficam atrás quando só a
Copa é analisada. Em quatro jogos, somam dois revezes, um
triunfo e uma igualdade.
Talvez exista apenas um entusiasta que se dê por satisfeito
em seguir perdendo tal contenda. Julio Grondona, presidente
da Federação Argentina de Futebol, declarou que o objetivo
da equipe sempre foi alcançar
as quartas-de-final. A partir
daí, o dever estaria cumprido.
Nesta hora, Pekerman ousa
discordar até de seu patrão.
"Procuro pensar como um torcedor e quero ver o meu país
acima de todos", diz.
Ele resolveu temperar o encontro com um pouco de mistério e não revelou como sua
equipe vai entrar em campo.
Já Klinsmann deseja repetir
o que vem dando certo: jogadas
velozes, chutes de longa distância e marcação intensa, principalmente sobre o meio-campista Riquelme.
NA TV - Alemanha x Argentina
Globo, Bandsports, ESPN Brasil,
Sportv e Directv, ao vivo, às 12h
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