São Paulo, sábado, 30 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Engenhão "inteligente" tenta bater Maracanã

Principal obra do Pan tem tecnologia semelhante à dos estádios da Copa-2006

Arena custou R$ 380 mi aos cofres públicos, tem telões para transmissão ao vivo, acessos por vias estreitas e estacionamento pequeno


SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Projetado como uma arena ""inteligente", o Estádio Olímpico João Halevange será inaugurado hoje no clássico Fluminense e Botafogo e tenta usar o Pan para ofuscar o Maracanã.
Principal obra dos Jogos, que serão abertos no dia 13, o estádio custou cerca de R$ 380 milhões aos cofres públicos e oferecerá aos torcedores tecnologia semelhante aos dos estádios da última Copa do Mundo.
Localizado no Engenho de Dentro (zona norte do Rio), o Engenhão, como é chamado, terá telões com capacidade para transmitir o jogo ao vivo, sistema de iluminação que não produz sombra no gramado e uma cobertura que já virou marco arquitetônico no país.
""O trabalho já foi feito. Agora, torço para fixá-lo como um ícone carioca", disse Carlos Porto, um dos autores do projeto, que classifica o estádio como um prédio inteligente. Os arquitetos Gilson Santos, Geraldo Lopes e José Ferreira Gomes também assinam a obra.
A cobertura de 3.500 tonelada é um dos atrativos. Ao contrário ao do Maracanã, de concreto, o teto do Engenhão é de aço e sustentado por 4 arcos com 2 metros de diâmetro e vãos com uma distância de cerca de 220 metros entre eles. Foi projetado para cobrir todos os 45 mil torcedores.
""Para todos os jogos com expectativa de público de até 45 mil pessoas, certamente", disse o prefeito Cesar Maia (DEM), o pagador da obra, ao ser questionado se o Engenhão substituirá o Maracanã, construído em só 18 meses para a Copa do Mundo de 1950, mas obsoleto hoje.
Outra novidade do estádio será o sistema de reutilização da água da chuva para irrigação do gramado e nos banheiros. O Engenhão terá também facilidades para deficientes visuais e auditivos, com sinalização tátil ou sonora e lugares reservados.
Apesar disso, a obra foi cercada de polêmica. Em 2003, quando lançada, a prefeitura publicou no ""Diário Oficial" que o estádio custaria R$ 60 milhões. Quatro anos depois, a obra sairá 533% mais cara. ""Era apenas a primeira etapa. Seria ridículo construir um estádio desses por apenas US$ 25 milhões na época", disse Maia.
Mesmo com tanta tecnologia do lado de dentro, a parte externa do estádio é a que mais preocupa a prefeitura. Todos os acessos são por ruas estreitas. Para evitar confusão, os portões serão fechados uma hora antes do jogo. No total, 750 PMs e 400 voluntários do Co-Rio (comitê organizador do Pan) trabalharão na operação. Há menos de 2.000 vagas no estacionamento do estádio.
Outro ponto de temor é a grande quantidade de obras perto do estádio. Funcionários municipais e PMs fizeram ontem uma varredura pelo bairro para limpar a área. Eles temem que os restos da obra virem armas nas mãos de torcedores.


Texto Anterior: Rodrigo Bueno: Boa sorte Brasil
Próximo Texto: Homenagem: Autor do primeiro gol no campo vai ganhar troféu
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.