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Engenhão "inteligente" tenta bater Maracanã
Principal obra do Pan tem tecnologia semelhante à dos estádios da Copa-2006
Arena custou R$ 380 mi aos cofres públicos, tem telões para transmissão ao vivo, acessos por vias estreitas e estacionamento pequeno
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Projetado como uma arena
""inteligente", o Estádio Olímpico João Halevange será inaugurado hoje no clássico Fluminense e Botafogo e tenta usar o
Pan para ofuscar o Maracanã.
Principal obra dos Jogos, que
serão abertos no dia 13, o estádio custou cerca de R$ 380 milhões aos cofres públicos e oferecerá aos torcedores tecnologia semelhante aos dos estádios
da última Copa do Mundo.
Localizado no Engenho de
Dentro (zona norte do Rio), o
Engenhão, como é chamado,
terá telões com capacidade para transmitir o jogo ao vivo, sistema de iluminação que não
produz sombra no gramado e
uma cobertura que já virou
marco arquitetônico no país.
""O trabalho já foi feito. Agora, torço para fixá-lo como um
ícone carioca", disse Carlos
Porto, um dos autores do projeto, que classifica o estádio como
um prédio inteligente. Os arquitetos Gilson Santos, Geraldo Lopes e José Ferreira Gomes também assinam a obra.
A cobertura de 3.500 tonelada é um dos atrativos. Ao contrário ao do Maracanã, de concreto, o teto do Engenhão é de
aço e sustentado por 4 arcos
com 2 metros de diâmetro e
vãos com uma distância de cerca de 220 metros entre eles. Foi
projetado para cobrir todos os
45 mil torcedores.
""Para todos os jogos com expectativa de público de até 45
mil pessoas, certamente", disse
o prefeito Cesar Maia (DEM), o
pagador da obra, ao ser questionado se o Engenhão substituirá
o Maracanã, construído em só
18 meses para a Copa do Mundo de 1950, mas obsoleto hoje.
Outra novidade do estádio
será o sistema de reutilização
da água da chuva para irrigação
do gramado e nos banheiros. O
Engenhão terá também facilidades para deficientes visuais e
auditivos, com sinalização tátil
ou sonora e lugares reservados.
Apesar disso, a obra foi cercada de polêmica. Em 2003,
quando lançada, a prefeitura
publicou no ""Diário Oficial"
que o estádio custaria R$ 60
milhões. Quatro anos depois, a
obra sairá 533% mais cara. ""Era
apenas a primeira etapa. Seria
ridículo construir um estádio
desses por apenas US$ 25 milhões na época", disse Maia.
Mesmo com tanta tecnologia
do lado de dentro, a parte externa do estádio é a que mais preocupa a prefeitura. Todos os
acessos são por ruas estreitas.
Para evitar confusão, os portões serão fechados uma hora
antes do jogo. No total, 750
PMs e 400 voluntários do Co-Rio (comitê organizador do
Pan) trabalharão na operação.
Há menos de 2.000 vagas no estacionamento do estádio.
Outro ponto de temor é a
grande quantidade de obras
perto do estádio. Funcionários
municipais e PMs fizeram ontem uma varredura pelo bairro
para limpar a área. Eles temem
que os restos da obra virem armas nas mãos de torcedores.
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