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Estádio tem obstáculos para ser viável
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Inaugurado no clássico de
hoje, o Estádio Olímpico
João Havelange, o Engenhão, tem uma série de obstáculos para ser viável economicamente após o Pan,
principalmente os altos custos de manutenção. Seu destino será decidido em agosto,
pela licitação divulgada ontem pela Prefeitura do Rio.
O edital da concessão do
estádio por 20 anos restringe
candidatos -a empresa tem
que ter associação com clubes com público médio de
7.000 no Brasileiro ou Estadual. Na prática, Flamengo,
Botafogo e Fluminense são
candidatos. O valor mínimo
da locação é de R$ 1.680.
A atuação da empresa para
obter dinheiro é sujeita a regras da prefeitura. O time
tem que mandar todos os jogos no Rio no Engenhão e só
pode fazer obras com a aprovação da prefeitura. E tem
que ceder o estádio em Olimpíadas e/ou Pans.
Não há estimativa, nem
dos clubes nem da prefeitura, de quanto custará a manutenção do local.
"A preocupação principal
dos clubes é em relação aos
custos. Mas estudos nossos
mostram que certamente o
uso do Engenhão cobre esses
gastos", disse o secretário
municipal da Fazenda, Francisco de Almeida e Silva. Para
ele, o custo de manutenção
não será tão alto quanto na
Europa porque o Brasil tem
mão-de-obra mais barata.
"Aproximadamente quatro vezes o valor dos custos
de construção serão gastos
no tempo de vida do estádio,
o que dá em torno de 15% ao
ano. Mas isso varia em cada
sede", aponta o alemão Holger Preuss, que realiza estudos sobre a utilização de praças esportivas.
Ou seja, o Engenhão custaria R$ 57 milhões por ano.
A diretoria do Flamengo
não sabe se entrará na concorrência. "É um estádio de
gestão muito complexa", diz
o presidente Márcio Braga,
que queria uma liga para administrá-lo. O Botafogo entrará na licitação, já tem uma
empresa que estuda o Engenhão. Mas sondou o rival sobre uma co-gestão. "Toda a
questão de acesso ao estádio
e viabilidade será testada no
Pan", explicou o presidente
Bebeto de Freitas.
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