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Letal só de perto
Seleção é a que mais acerta chutes desferidos dentro da área, mas peca ao finalizar de longe
EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO
Letal dentro da área, patético fora dela. É assim o ataque da seleção brasileira na
Copa da África do Sul.
Segundo as estatísticas da
Fifa, o time de Dunga é o que
mais acerta as finalizações
feitas dentro da área -62%
das tentativas nacionais nessa faixa do campo acabaram
com a bola na rede ou exigiram a defesa do goleiro.
Todos os oito gols marcados pelo time nacional foram
feitos na área adversária.
O acerto brasileiro nos
chutes nessa parte do campo
fica muito acima da média
geral do Mundial. Só 43%
das finalizações de dentro da
área têm a direção certa.
Tudo muito diferente de
quando os pupilos de Dunga
tentam acertar o alvo em
chutes de longa distância.
Apenas 20% das finalizações do Brasil de fora da área
vão na direção certa, contra
uma média geral de 30%.
Segundo a Fifa, o time só é
melhor nesse tipo de conclusão do que seis equipes, sendo que só Gana ainda está na
disputa pelo título. A Eslováquia, outra que chuta de longe pior do que o Brasil, ainda
chegou às oitavas de final.
Os outros quatro não conseguiram vencer uma vez sequer (Camarões, Honduras,
Argélia e Nova Zelândia).
Jogadores importantes do
Brasil são um fracasso absoluto nos chutes de longe.
O meia Elano, que deveria
ser o especialista nas cobranças de faltas, errou as quatro
finalizações de longa distância que tentou no Mundial.
Robinho conseguiu ser
ainda pior: não acertou nenhuma de suas seis conclusões de fora da área.
Kaká fez apenas duas tentativas, mas também ficou
zerado no índice de acerto.
Entre os que mais tentaram de longe, Daniel Alves,
lateral de origem que vem
atuando improvisado no
meio-campo, é quem tem os
números menos decepcionantes. Ele não fez gol, mas
pelo menos em três de suas
nove tentativas o goleiro rival precisou trabalhar.
CONTRA RETRANCAS
A dificuldade nos chutes
de longe pode ser fatal contra
times que se fecham na defesa, como fez Portugal no encerramento da primeira fase,
quando o Brasil precisou arriscar de longe e fracassou.
Na sexta-feira, em Port Elizabeth, o time de Dunga terá
pela frente outra seleção que
até agora vai bem na defesa.
A Holanda, como o Brasil,
foi vazada só duas vezes em
quatro partidas. E os gols sofridos pelo time de Bert van
Marwijk foram de pênalti.
Só que, ao contrário do time de Dunga, a equipe europeia, principalmente com
Robben, é especialista nos
chutes de longa distância.
Dos sete gols da equipe laranja na Copa, três foram em
conclusões de fora da área.
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