São Paulo, quarta-feira, 30 de junho de 2010

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Letal só de perto

Seleção é a que mais acerta chutes desferidos dentro da área, mas peca ao finalizar de longe

EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL

ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

Letal dentro da área, patético fora dela. É assim o ataque da seleção brasileira na Copa da África do Sul.
Segundo as estatísticas da Fifa, o time de Dunga é o que mais acerta as finalizações feitas dentro da área -62% das tentativas nacionais nessa faixa do campo acabaram com a bola na rede ou exigiram a defesa do goleiro.
Todos os oito gols marcados pelo time nacional foram feitos na área adversária.
O acerto brasileiro nos chutes nessa parte do campo fica muito acima da média geral do Mundial. Só 43% das finalizações de dentro da área têm a direção certa.
Tudo muito diferente de quando os pupilos de Dunga tentam acertar o alvo em chutes de longa distância.
Apenas 20% das finalizações do Brasil de fora da área vão na direção certa, contra uma média geral de 30%.
Segundo a Fifa, o time só é melhor nesse tipo de conclusão do que seis equipes, sendo que só Gana ainda está na disputa pelo título. A Eslováquia, outra que chuta de longe pior do que o Brasil, ainda chegou às oitavas de final.
Os outros quatro não conseguiram vencer uma vez sequer (Camarões, Honduras, Argélia e Nova Zelândia).
Jogadores importantes do Brasil são um fracasso absoluto nos chutes de longe.
O meia Elano, que deveria ser o especialista nas cobranças de faltas, errou as quatro finalizações de longa distância que tentou no Mundial.
Robinho conseguiu ser ainda pior: não acertou nenhuma de suas seis conclusões de fora da área.
Kaká fez apenas duas tentativas, mas também ficou zerado no índice de acerto.
Entre os que mais tentaram de longe, Daniel Alves, lateral de origem que vem atuando improvisado no meio-campo, é quem tem os números menos decepcionantes. Ele não fez gol, mas pelo menos em três de suas nove tentativas o goleiro rival precisou trabalhar.

CONTRA RETRANCAS
A dificuldade nos chutes de longe pode ser fatal contra times que se fecham na defesa, como fez Portugal no encerramento da primeira fase, quando o Brasil precisou arriscar de longe e fracassou.
Na sexta-feira, em Port Elizabeth, o time de Dunga terá pela frente outra seleção que até agora vai bem na defesa.
A Holanda, como o Brasil, foi vazada só duas vezes em quatro partidas. E os gols sofridos pelo time de Bert van Marwijk foram de pênalti.
Só que, ao contrário do time de Dunga, a equipe europeia, principalmente com Robben, é especialista nos chutes de longa distância.
Dos sete gols da equipe laranja na Copa, três foram em conclusões de fora da área.


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