São Paulo, quarta-feira, 30 de junho de 2010

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Arma holandesa, Robben é um "jogador de cristal"

Maior craque do rival da seleção superou série de lesões e até um câncer

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

Arjen Robben, 26, a principal arma ofensiva da Holanda, é um "jogador de cristal".
Tão habilidoso e decisivo quanto caro e frágil, o canhoto já enfrentou e venceu uma série interminável de problemas de saúde, que vão de simples dores musculares a um câncer no testículo.
As contusões perseguem o holandês desde a temporada 2002/2003, quando ele ainda defendia o PSV. E só o abandonaram (aparentemente) durante a Copa do Mundo.
Robben chegou machucado à África do Sul. Uma lesão na coxa esquerda impediu que ele participasse dos dois primeiros jogos da Holanda no Mundial, vitórias por 2 a 0 sobre os dinamarqueses e 1 a 0 diante dos japoneses.
O camisa 11 só foi entrar em campo no segundo tempo do terceiro duelo, triunfo por 2 a 1 sobre Camarões.
Nas oitavas de final, ante a Eslováquia, foi titular, fez um gol e foi eleito o melhor em campo. "Ainda não estou 100% recuperado", disse. E profetizou: "O nosso jogo perfeito ainda está por vir".
A lesão que impediu Robben de jogar o Mundial desde o início talvez tenha sido a mais simples de sua carreira, marcada por ossos fraturados, tendões arrebentados, cirurgias e até um câncer.
Há seis anos, quando defendia o Chelsea, o atacante revelou que tinha um câncer no testículo esquerdo.
A doença, semelhante à do ciclista americano Lance Armstrong, heptacampeão da Volta da França, quase acabou com sua carreira.
"Fiquei muito assustado", revelou ele, na ocasião. "Eu não sabia o que poderia acontecer comigo e já pensava no futebol como uma coisa menos importante."
Recuperado da doença, o astro holandês voltou a sofrer com lesões "normais".
Pelo Chelsea, na temporada 2004/05, quebrou o pé esquerdo numa dividida com o sul-africano Aaron Mokoena.
Desde então, só conseguiu disputar uma temporada completa. O excesso de operações e uma proposta irrecusável do Real Madrid ( 35 milhões) fizeram o Chelsea vendê-lo em 2007.
Chegou machucado à Espanha e, em sua passagem de dois anos pelo clube merengue, manteve uma média de uma lesão a cada cinco jogos. Machucou joelhos, tornozelos, pés... Nunca conseguiu jogar mais de 36 partidas em uma temporada.

ABRIGO EM MUNIQUE
Dispensado pelo Real Madrid, encontrou um porto seguro no Bayern de Munique.
Ao lado de um técnico também holandês (Louis van Gaal), conquistou o campeonato alemão e chegou à final da Copa dos Campeões, mas também sofreu com lesões.
"Tenho boas sensações para o futuro", declarou, após vencer a Eslováquia. "Contra o Brasil, vou estar melhor", previu. (EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


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