|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Arma holandesa, Robben é um "jogador de cristal"
Maior craque do rival da seleção superou série de lesões e até um câncer
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
Arjen Robben, 26, a principal arma ofensiva da Holanda, é um "jogador de cristal".
Tão habilidoso e decisivo
quanto caro e frágil, o canhoto já enfrentou e venceu uma
série interminável de problemas de saúde, que vão de
simples dores musculares a
um câncer no testículo.
As contusões perseguem o
holandês desde a temporada
2002/2003, quando ele ainda
defendia o PSV. E só o abandonaram (aparentemente)
durante a Copa do Mundo.
Robben chegou machucado à África do Sul. Uma lesão
na coxa esquerda impediu
que ele participasse dos dois
primeiros jogos da Holanda
no Mundial, vitórias por 2 a 0
sobre os dinamarqueses e 1 a
0 diante dos japoneses.
O camisa 11 só foi entrar
em campo no segundo tempo do terceiro duelo, triunfo
por 2 a 1 sobre Camarões.
Nas oitavas de final, ante a
Eslováquia, foi titular, fez um
gol e foi eleito o melhor em
campo. "Ainda não estou
100% recuperado", disse. E
profetizou: "O nosso jogo
perfeito ainda está por vir".
A lesão que impediu Robben de jogar o Mundial desde
o início talvez tenha sido a
mais simples de sua carreira,
marcada por ossos fraturados, tendões arrebentados,
cirurgias e até um câncer.
Há seis anos, quando defendia o Chelsea, o atacante
revelou que tinha um câncer
no testículo esquerdo.
A doença, semelhante à do
ciclista americano Lance
Armstrong, heptacampeão
da Volta da França, quase
acabou com sua carreira.
"Fiquei muito assustado",
revelou ele, na ocasião. "Eu
não sabia o que poderia
acontecer comigo e já pensava no futebol como uma coisa menos importante."
Recuperado da doença, o
astro holandês voltou a sofrer com lesões "normais".
Pelo Chelsea, na temporada 2004/05, quebrou o pé esquerdo numa dividida com o
sul-africano Aaron Mokoena.
Desde então, só conseguiu
disputar uma temporada
completa. O excesso de operações e uma proposta irrecusável do Real Madrid ( 35
milhões) fizeram o Chelsea
vendê-lo em 2007.
Chegou machucado à Espanha e, em sua passagem
de dois anos pelo clube merengue, manteve uma média
de uma lesão a cada cinco jogos. Machucou joelhos, tornozelos, pés... Nunca conseguiu jogar mais de 36 partidas em uma temporada.
ABRIGO EM MUNIQUE
Dispensado pelo Real Madrid, encontrou um porto seguro no Bayern de Munique.
Ao lado de um técnico
também holandês (Louis van
Gaal), conquistou o campeonato alemão e chegou à final
da Copa dos Campeões, mas
também sofreu com lesões.
"Tenho boas sensações
para o futuro", declarou,
após vencer a Eslováquia.
"Contra o Brasil, vou estar
melhor", previu.
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO
COBOS E SÉRGIO RANGEL)
Texto Anterior: John Carlin: Mais respeito que amor Próximo Texto: Atacante, no total, custou R$ 188 milhões Índice
|