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Ego volta a atormentar a Holanda
Van Persie, substituído na última partida, resgata rixa com Sneijder
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
A Holanda pode ter mudado seu jeito de jogar nesta Copa, mas repete na África do
Sul o que sempre foi uma
marca das seleções do país:
as brigas entre os jogadores.
Os protagonistas da vez
são o atacante Van Persie e o
meia Sneijder. Na vitória holandesa sobre a Eslováquia
por 2 a 1, anteontem, Van
Persie, ao ser substituído, reclamou com o técnico Bert
van Marwijk de que quem deveria sair era Sneijder.
A atitude do avante fez voltar à tona um assunto que todos já davam como encerrado. Em 2008, em um jogo
com a Rússia pela Eurocopa,
os dois jogadores brigaram
por causa de uma cobrança
de falta. Van Persie, agora,
demonstra que a irritação
com o colega não acabou.
O entrevero fez o treinador
holandês se reunir a portas
fechadas com o grupo após a
vitória sobre os eslovacos para "lavar a roupa suja".
Ontem, Van Marwijk jurou
que o assunto está encerrado. Ao mesmo tempo, disse
que o segredo para criar uma
equipe unida é não ser "bonzinho" ou "amigável".
"A mensagem mais importante é a que eu dei no primeiro dia com os jogadores.
Você vê expressões como
"equipe" que soam boazinhas
e amigáveis. Mas, se você for
assim, eu realmente não
acredito que você consegue
ter sucesso", declarou.
"Você não precisa ter amigos verdadeiros no time, mas
precisa aceitar as qualidades
dos outros e respeitá-las. Só
assim é possível ser um time
realmente bom", afirmou.
HISTÓRICO DE EMBATES
A rixa entre Van Persie e
Sneijder soma-se a um histórico extenso de embates dos
"laranjas". Johan Cruyff, o
maior jogador holandês de
todos os tempos, brigou com
Wim van Hanegem antes de
ambos se aposentarem da seleção, em 1978.
O volante Davids foi cortado da seleção holandesa que
disputou a Eurocopa de 1996
depois de acusar o técnico
Guus Hiddink de favorecer
alguns jogadores da equipe.
As diferenças entre jogadores brancos e negros também marcaram várias seleções montadas pela Holanda. Isso ficou evidente nas
duas Copas anteriores.
"Em 2002 [na Coreia do Sul
e no Japão] e em 2006 [na
Alemanha], não havia clima,
os jogadores não estavam
unidos. Cada um seguiu o
próprio caminho", afirmou
Snejder, que diz já ter "perdoado" o desafeto Van Persie. O primeiro atua na Itália
(Inter de Milão), e o segundo,
na Inglaterra (Arsenal).
"Chegamos até aqui priorizando o espírito de equipe, e
não o individual. Todos têm
essa consciência, e é realmente o mais importante em
uma Copa do Mundo", acrescentou Sneijder, que quer o
time com o mesmo "espírito
de união" que vê em seu clube, que foi campeão italiano
e europeu neste ano.
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ,
PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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