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Erramos
Após dois erros crassos, Blatter volta atrás, admite com parcimônia o uso de tecnologia e ainda pede desculpas a mexicanos e ingleses
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A PRETÓRIA
Após dois erros crassos de
arbitragem na Copa-2010, a
Fifa recuou e abriu uma brecha para a introdução da tecnologia no auxílio aos árbitros depois deste Mundial.
Mas sua cúpula mostra resistências em relação ao chip
na bola e ao uso de televisões. Ambos identificariam
que a bola entrou no chute
de Lampard, Alemanha x Inglaterra, e que Tevez estava
impedido ao abrir o placar
em Argentina x México.
Árbitros e assistentes do
Mundial vivem ansiosa expectativa, mas dão opiniões
cautelosas -já que são proibidos de falar sobre o tema.
"Depois do que vimos, seria um nonsense não abrir a
questão da tecnologia de novo no encontro [da International Football Association
Board]", afirmou o presidente da Fifa, Joseph Blatter.
A nova reunião será em julho. Em março, o órgão tinha
vetado a eletrônica. "Viremos com novo modelo para
melhorar o controle do jogo",
disse ele, que pediu desculpas a ingleses e mexicanos.
Sua fala é oposta à dele
próprio antes da Copa, quando disse que "não haveria
tecnologia no futebol" porque são as discussões que
aumentam a paixão.
Mas ficou claro que sua resistência a mudanças continua. "Quanto à possibilidade
de o assistente ver o replay
no monitor, temos que lembrar que o futebol não para."
Blatter ainda disse que o
sistema de chip na bola -para identificar se ela entrou no
gol- é muito complicado. "É
usado no tênis, mas não é
100% preciso porque é com
câmera e pode haver o goleiro ou um jogador na frente."
A Adidas fará mais testes
para tentar ajustar o equipamento. E a Fifa ainda estuda
usar dois assistentes a mais.
Mas o chefe dos árbitros,
José Maria Aranda, disse
que, por enquanto, nenhum
juiz pode olhar para telões.
"São só para os torcedores."
Assistentes e árbitros admitiram que é preciso concentração para olhar só para
o jogo e esquecer telões que
passaram replays de lances
controversos, contrariando a
Fifa. Agora, foram vetados.
Um dos poucos a comentar a questão, o juiz colombiano Oscar Ruiz indicou ser
contrário à introdução da
tecnologia. "Muitos esportes,
como o futebol americano,
usaram e depois desistiram."
A maioria se esquiva das
perguntas. "Que tal falar da
temperatura?", disse o brasileiro Carlos Eugênio Simon.
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